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HOJE 20% DOS NAVEGANTINOS UTILIZAM A REDE MUNICIPAL DE ENSINO

A secretária da Educação, Patrícia Cidral fala sobre os desafios na pasta que vê demanda crescer a cada ano.

A secretária municipal de Educação de Navegantes, Patrícia Duarte Cidral, recebeu a equipe do Jornal nos Bairros para falar sobre os avanços e desafios na pasta para os próximos anos. Ela, que tem especialização em Competências Metodológicas para a Educação Básica e é efetiva há mais de 10 anos na rede municipal, tem focado os esforços para realocar as creches e escolas em sedes próprias e ampliar as vagas de ensino para acompanhar a demanda de alunos que só cresce a cada ano, visto que Navegantes é a cidade da região que, proporcionalmente, mais possui alunos matriculados na rede municipal de ensino – são mais de 19 mil alunos matriculados para uma população de 85 mil habitantes.    

Acompanhe a entrevista na íntegra:

Jornal nos Bairros: Poderia falar sobre as reformas, ampliações e novas escolas que foram realizadas nesses quatro anos?

Patrícia Cidral: Durante essa gestão, nós realizamos a entrega de três novas escolas: sendo duas construções novas no bairro São Pedro (CMEI Prof. Maria da Silva Santos) e no bairro Machados (CMEI Natalina Sabel do Amaral), são projetos modulares e diferenciados pelo tempo de duração da obra (quatro meses de execução apenas para ficarem prontas); e a finalização da escola Vilna Pretti, em São Domingos, uma escola que vinha sendo construída desde 2016 sem ser finalizada, passaram quatro empresas pela obra, duas gestões, então nós licitamos a finalização da obra e entregamos.


CMEI Prof. Maria da Silva Santos, localiado no bairro São Pedro. Crédito: PMN

Quanto às reformas e ampliações, nós podemos citar a escola Rosa Maria, na Meia Praia, onde nós fizemos a ampliação e também a reforma de toda a cozinha, banheiros e novas salas de aula; a escola Giovana, no bairro São Paulo, também com uma ampliação bem significativa, com reforma do refeitório, banheiros, cozinha e a quadra esportiva que a escola não possuía. Tivemos também a ampliação do Badia de Faria, no bairro Hugo de Almeida, com novas salas de aula e banheiros. Agora estamos concluindo uma ampliação na estrutura da escola Maria de Lourdes Antunes (Centro), com nova secretaria e novos banheiros, além de acessibilidade.

Além disso, praticamente todas as nossas unidades foram reformadas, todas passaram por manutenção. Tivemos também estruturas metálicas, quadras esportivas. No Neusa, no Centro, nós fizemos uma mini quadra com cobertura, no Maria Hostim (Machados) fizemos cobertura. Então, em todas as escolas nós podemos citar melhorias e benfeitorias que a nossa gestão fez.

JB: A terceirização da merenda escolar – que hoje oferta 30 mil refeições/ diatem trazido os resultados esperados?

Patrícia Cidral: Sim, foi um processo corajoso a gestão trazer essa novidade da terceirização, sair da zona de conforto. Nós conseguimos com isso, além de uma economia nos gastos com alimentação escolar, melhorar a qualidade e hoje nós conseguimos inovar no cardápio. Nós ficávamos muito restritos no cardápio, era só o que estava licitado, alguns itens não conseguíamos comprar, fracassava na licitação, e com a terceirização agora as nutricionistas conseguem variar muito o cardápio, porque temos essa liberdade. A empresa pode comprar de quem ela quiser, então nós conseguimos solicitar variedades, novos itens, implantar novas refeições, nós trazemos hambúrguer, feijoada, temos agora o projeto da Gastronomia nas Escolas, trazendo todo mês uma cultura diferente no cardápio, seja de outro país ou estado. Com isso, as crianças estão tendo a oportunidade de ter uma alimentação muito mais variada, mantendo, é claro, as questões nutricionais que são importantes. Todo o pacote de compra de alimento, de funcionários sai da responsabilidade da Secretaria da Educação e passa a ser da empresa. Isso trouxe muitas vantagens para o município.

JB: Quais mais melhorias foram feitas na educação nesse tempo?

Patrícia Cidral: Podemos citar o investimento em tecnologia, com compra de notebooks para todos os professores, aquisição de mais lousas digitais para as salas de aula, implantação do projeto “Google for Education” em quatro unidades escolares. Também ampliamos as salas multifuncionais para atendimento de alunos com necessidades especiais no contraturno, onde mais que dobramos o número; efetivação de mais de 600 servidores nos últimos quatro anos, contemplando especialistas, somando 100 especialistas mo total na rede; implementos na educação infantil com móveis diferenciados para os berçários numa linha para o desenvolvimento dos bebês; na área pedagógica, aumento significativo no IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, com nota expressiva, lançamento da Revista its Teens Navegantes, com periodicidade mensal, trazendo conteúdo voltado para a prática das nossas escolas, professores e alunos, é uma revista 100% personalizada voltada para a nossa rede, uma conquista muito bacana. A questão dos uniformes nós melhoramos muito, trazendo a novidade do moletom, deixando o uniforme muito mais atrativo para as crianças usarem, assim como o tênis, novidade também no material escolar tanto para alunos quanto para professor. Na questão de segurança, temos investindo em câmeras de monitoramento, reforço na segurança física do prédio com grades, portões eletrônicos. Implantação da hora atividade para os professores, ampliando esse benefício também para professores de educação infantil e anos iniciais que não tinham, implantação de língua inglesa nos anos iniciais, que começou esse ano, antes era ofertado apenas do 6º ao 9º ano e agora do 1º ao 5º ano. Em todas as áreas da educação, nós tivemos melhorias.

Novos uniformes escolares de Navegantes. Crédito: SECOM

JB: Quantas novas vagas foram criadas?

Patrícia Cidral: Desde 2021, foram criadas 3 mil novas vagas, começamos a gestão com 16 mil alunos e hoje temos 19.300 alunos matriculados. Além das escolas novas, fizemos ampliação nas salas de aula, o que possibilitou esse grande aumento. 

JB: Há demanda de fila de espera?

Patrícia Cidral: Para vagas obrigatórias (acima de quatro anos) não há fila de espera, às vezes o que acontece, o pai tem filho matriculado em uma escola e deseja que ela vá para outra, então tem uma fila interna para transferência, porque o pai se muda ou quer trocar o período. Já de 0 a 3 anos, que não é obrigatório, temos sim uma fila de espera, principalmente de pai que precisa de atendimento integral e naquele momento só tem meio período disponível. Varia demais, ao mesmo tempo que eu tenho gente entrando na rede, tem gente saindo e a fila vai mudando a todo momento. Mas de 0 a 3 sempre tem essa procura, principalmente pelo integral, que em Navegantes tem um diferencial por ser de 12 horas (das 06h30 às 18h30), não só de 8 horas.

E o número a cada ano aumenta, nós temos registro de pessoas chegando na cidade e o nosso setor de vagas não para, as pessoas estão sempre procurando. A procura aqui, inclusive, é fora da média dos outros municípios, as pessoas vem atrás de emprego, de oportunidade e isso acaba refletindo na rede municipal de ensino. Cerca de 20% da população de Navegantes está matriculada na rede municipal de ensino, em uma população de 85 mil habitantes, quase 20 mil alunos, é um número muito acima da média, nas outras cidades chega a 10% apenas. É um fenômeno que não conseguimos entender muito bem. Talvez poucas escolas particulares, Estado atendendo só o ensino médio, e aí acaba todo mundo migrando para o município. E por as escolas serem muito boas, por mais que as pessoas tenham condições de pagar uma escola particular, optam pelo município.

JB: Qual o maior desafio que a pasta possui hoje?

Patrícia Duarte: Residências alugadas são um problema, são espaços muito pequenos, sem estrutura adequada. Nós já conseguimos eliminar alguns alugueis nesses últimos três anos, a expectativa é para que nos próximos anos consigamos eliminar todos.

Também temos uma demanda que não para, abrimos uma escola e já é preciso construir outra. Nossa demanda hoje é a demanda reprimida da educação infantil, hoje eu tenho problema no 1º, 2º e 3º, talvez daqui há 10 anos mude um pouco o cenário, e essa demanda vá pra o ensino médio, porque as famílias têm uma tendência a terem menos filhos – apesar de quem vem de fora ainda tenha mais filhos. Porém, já estamos trabalhando disso, há projeto de uma escola nova escola no Centro para atender de 2 a 3 mil alunos, projeto para uma escola no interior, a escola em tempo integral no bairro São Paulo que fomos contemplados pelo novo PAC.

JB: O que seria esse projeto de uma nova escola no Centro?

Patrícia Duarte: Nos fundos da escola Elsir, existe um grande terreno, onde uma parte, com aproximadamente 6 mil metros quadrados, está sendo desapropriada pelo município por meio de processo judicial. Já existe um projeto para a construção de uma nova escola ali, para fazer uma escola com três pavimentos, três quadras esportivas, atendendo do 1º ao 9º ano. O objetivo é desafogar essas estruturas pequenas que temos alugadas no Centro (Maria Regina – única fundamental – e os centros de educação infantil Julieta, Adélia, Bernadete e Recanto do Baixinho), que atendem no máximo 100 crianças. Essas escolas além de serem limitadas, ainda não são adequadas para isso, então queremos concentrar todos em uma única escola, e onde hoje atende fundamental liberar para atender educação infantil. Serão de 2 a 3 mil vagas, para resolver o problema do Centro por alguns anos, em uma estrutura modelo, com diferenciais como capitação de energia solar e água da chuva.

JB: E a nova escola integral no bairro São Paulo?  

Patrícia Duarte: Nós fizemos a inscrição, colocamos todas as nossas necessidades dentro do projeto e fomos contemplados com a nova escola, que ficará localizada em um terreno da prefeitura perto do CMEI Bruce. A previsão é de que, nos próximos meses, ocorra a licitação. Serão 13 salas de aula para atender alunos do fundamental, do 1º ao 9º ano, que estudam regular em um período e no outro período eles frequentariam essa unidade, com atividades extracurriculares. Hoje o nosso integral é exclusivo para educação infantil, de 0 a 5 anos, então essa é uma iniciativa para começar esse processo. O bairro são Paulo é estratégico porque tem uma demanda social, o integral evita que os alunos fiquem o outro período na rua, proporcionando a eles estar em um ambiente apropriado, seguro, fazendo atividades esportivas, artes, oficinas.

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