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TRABALHADOR PARTICIPA DO DESENVOLVIMENTO DE NAVEGANTES HÁ 15 ANOS

Por Rogério Pinheiro – Coluna Outros Quinhentos

Claudenir Coelho, 48 anos, não nasceu em Navegantes, mas conhece o município tempo suficiente para perceber as transformações que aconteceram nos últimos 15 anos. Ele visita Navegantes desde que a cidade possuía apenas uma agência bancária, tinha poucas indústrias e dependia de Itajaí para quase tudo. Isso mudou com a instalação do Porto de Navegantes em 2007. O técnico de segurança do trabalho não só testemunhou essa transformação, como participou ativamente dela.   

Claudenir é um dos mais de mil colaboradores da Portonave. A história dele com a empresa que administra o Porto de Navegantes começou por acaso. Em 2005, ele trabalhava em uma empresa de Tijucas e resolveu aceitar a sugestão da esposa para tentar uma vaga de trabalho na nova empresa que começava a se instalar em Navegantes.

Para Claudenir, a Portonave é o futuro não só para seus colaboradores, mas também para Navegantes. Crédito: Portonave

– Eu tinha residência em Navegantes e vim passar o final de semana aqui. Naquele dia minha esposa falou: “Vai ser implantado em Navegantes um porto e por que tu tenta uma vaga?” Na segunda-feira, eu fui no Sine (Sistema Nacional de Emprego) e deixei um currículo lá. O rapaz do Sine disse: “Claudenir, a vaga já foi preenchida e os candidatos já foram selecionados.” Para minha surpresa, dois dias depois eles me ligaram e disseram: “Claudenir, os currículos que foram enviados para avaliação, nenhum foi aprovado, porém, o teu foi encaminhado e gostaram do teu currículo. Você teria interesse em fazer uma entrevista?” – recorda.

 Claudenir fez a entrevista e ficou com a vaga. A sua primeira função foi na fiscalização da obra. Ele conta o que viu assim que chegou para trabalhar.

– Quando a gente chegou aqui era só brejo, vegetação. Então era uma atividade de extração, de tirar madeira, cavar e fazer o aterro. Tirava o solo podre, que era aquela lama e substituía por areia. Na época, o projeto foi idealizado por módulos, tinham várias frentes de trabalho e com várias equipes. Imagina, a gente trabalhava na área da fiscalização, na área da segurança. A dificuldade maior era a retirada de material. Era um manguezal. Quem conheceu no passado, aquilo foi um lixão. Envolvia muito equipamento pesado – explica.

Segundo Claudenir, para a maioria dos colaboradores que começaram na Portonave em 2005, tudo era uma grande novidade e 90% deles não tinham experiência na área portuária.

– Em 2007, eu passei para a Portonave. Tudo era novidade. Se tu pegar o início da Portonave, eu vou dizer que 90% das pessoas não tinham experiência alguma na área portuária. Se pegar pessoas que trabalham aqui na Portonave, tinha cara que era garçom, que era auxiliar administrativo, tem gente que trabalhou em banco, é bem variado. A capacitação a gente fazia até no Sinergia (faculdade). A gente usou o Júlia Miranda (escola) – salienta.

Ele disse também que o começo no Porto de Navegantes foi de reestruturação.

– A gente não tinha um engenheiro de segurança do trabalho, a gente não tinha um médico do trabalho. A gente tinha dois técnicos de segurança, a parte de seguro a gente não tinha. Quando acontecia um acidente no pátio, por exemplo, um caminhão com uma pilha de contêiner, a gente fazia esse processo. Então era o início da reestruturação. Na época, eram duas pessoas para cuidar de toda a operação. A minha função foi basicamente de técnico de segurança, como o pessoal chamava de “polícia” (risos). Como o pessoal não tinha aquela experiência, tinha que estar em cima cobrando, orientando. Tinha gente que era novo, impulsivo. Não tem aquela percepção do risco que é a área portuária – reforça.

De tudo que viveu até hoje na Portonave, o incêndio no Iceport em novembro de 2009, foi sem dúvida, o acontecimento mais marcante.

– Foi uma comoção tanto internamente, como a questão da própria comunidade. Internamente a gente tem um certo controle, porque a gente tem uma equipe especializada para isso. Como foi um incêndio, isso foge um pouco da nossa ossada. O próprio Corpo de Bombeiro na época foi uma ajuda imensa para a Portonave. A Infraero deu apoio e várias empresas da região deram apoio. Marcou todo mundo. A Iceport funcionava e de repente, do dia para noite deixou de operar. Todo mundo tinha aquele medo, vou ser mandado embora? – recorda.

Incêndio no Iceport foi o acontecimento que mais marcou o técnico de segurança do trabalho nos 15 anos de Portonave. Crédito: Éder Nascimento/Arquivo JB

A Portonave teve que recomeçar o Iceport do zero e ninguém precisou ser mandado embora. Claudenir permaneceu e não se arrepende de ter aceitado a sugestão da esposa para mudar de emprego.

– Quando eu entrei no projeto da construção da Portonave, eu sabia que seria uma empresa de grande porte. Com a valorização do colaborador, ela tem essa questão humanitária, do social, os benefícios que a empresa te dá, a segurança para a tua família. Isso fez que não tivesse interesse em sair da Portonave, até porque ela dá todas as condições de crescimento profissional. Constantemente acontecem as atualizações na área, a gente não precisa ficar pedindo, a empresa tem essa preocupação – conta.

Para Claudenir, a Portonave não só contribuiu para seu desenvolvimento profissional, mas ajudou também a realizar o sonho de sua filha. Ele espera ficar por mais quinze anos na empresa.

– Espero que a Portonave cresça cada vez mais. Se Deus permitir, com certeza eu fico mais 15 anos. Hoje, eu tenho uma filha que até eu tenho orgulho de falar, ela faz medicina em função do trabalho. A Portonave me deu essa possibilidade. Eu tenho mais dois filhos. Se tiver hoje a possibilidade de lá na frente eu ver meu filho trabalhando na Portonave, vou ficar feliz. A Portonave é um futuro não só para nós colaboradores, mas para toda Navegantes. Navegantes teve um salto. Eu vejo que a Portonave contribuiu muito para este desenvolvimento – concluiu o técnico de segurança do trabalho da Portonave.


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