fbpx

NOSSA HISTÓRIA: OS FANTASMAS DA LUZ DOS TRILHOS DO TREM DA COBRASIL

Construção dos Molhes - LOCOMOTIVA Nº 5 REBOCANDO 10 VAGÕES AO CHEGAR AO MOLHE, ITAJAHY - 1936.

Em comemoração ao aniversário de Navegantes, o Jornal nos Bairros resgata alguns pontos da cultura e história do município. E quem pensa que lendas urbanas só existem em filmes, não conheceu a crença popular dos mais antigos de Navegantes, sobre a Luz nos Trilhos.

As pessoas que a viam acreditam ser de fantasmas das pessoas que morreram nos trilhos que cortavam a cidade, antes da década de 20. Tudo começou em 1912, quando a região sofria com as consequências de uma enchente e teve que contratar a empresa COBRASIL para realizar a obra de correção da entrada da barra, entre Itajaí e Navegantes. Por meio de duas estradas de ferro, uma em Itajaí e outra em Navegantes, a empresa carregava, nos vagões das locomotivas, as pedras que eram extraídas do local que viria a ser o bairro Pedreiras. Um rebocador chamado “Iolo” completava o trabalho, colocando as pedras nos locais adequados para a formação dos molhes da barra.

Até 1928, a perfuração das pedras em Pedreiras era feita manualmente, porque ainda não havia energia elétrica na margem esquerda do rio. Durante o período de obra, ocorreram muitos acidentes e fatalidades envolvendo os trabalhadores e as pessoas que andavam pelas localidades dos trilhos.

A professora Nazir Rodrigues Rebello, a dona Zizi (em memória), em entrevista ao Jornal nos Bairros, no ano de 2011, lembrou que havia muitas pessoas que perderam membros em acidentes no trilho. “Morreu muita gente na época, assim como muitos perderam membros do corpo. Até quando as pedras eram dinamitadas, ficava gente sem cabeça, sem os braços”, recordou na época.

A COBRASIL operou em Navegantes até 1942, segundo relato de moradores. Mas as histórias continuaram após a sua desinstalação. Moradores relatavam ver luzes estranhas nos trilhos e acreditavam ser das pessoas que morreram ali durante a construção do Molhe Norte. “A COBRASIL deixou esse mito aqui para nós.
Na rua não havia luz nos postes, e as pessoas passaram a ver uma luz que aparecia do nada, de tamanho irregular e que se movia. Meu cunhado, na época, chegou a atirar na luz, quando estava numa parte do trilho em frente à Leardini. Muitas pessoas relataram que viram a mesma luz, por onde o trilho corria, do Pontal até o bairro Pedreiras”.


ATENÇÃO: Você não pode copiar o conteúdo
Direitos reservados ao Jornal nos Bairros