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EDITORIAL: A REVOLTA DA VACINA – PARTE 2

Parece que voltamos ao ano de 1904, quando foram registradas, na cidade do Rio de Janeiro, 3 500 mortes devido à doença viral da época, a varíola, e mesmo assim, a vacina desenvolvida pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz foi rejeitada pelas camadas populares. Era chamada a Revolta da Vacina. Mas graças a ela, em 1910 foi registrado apenas um caso da doença na capital.

Mais de um século depois, o cenário não é muito diferente. Em 2021, os números de mortes por COVID-19 ultrapassam os 200 mil no país. No entanto, uma onda de desinformação e “fake news” toma conta das redes sociais. Criando mitos e apavorando as pessoas. A tão esperada vacinação chegou e a “Revolta da Vacina” voltou.

Não tinha como ser diferente, já que a vacinação no país virou disputa de egos e, com isso, lados políticos rivais contaminam as redes sociais com uma confusão total a respeito da imunização da população. Somente com a vacina iremos parar um ciclo de mortes. Não haverá ganho algum para qualquer nível de governo, seja estadual, municipal ou federal, se continuarmos politizando o tema ou negarmos o uso da vacina X ou Y.

As vacinas que vêm sendo aprovadas para a prevenção da COVID-19 são seguras e eficazes. Os testes que passaram antes de serem aceitas para uso emergencial ou licenciadas em definitivo são válidos, foram verificados por especialistas independentes – que não têm nada a perder caso alguma vacina seja rejeitada ou não – e permitem que tenhamos um alto grau de confiança nesses imunizantes.

A onda de desinformação e “fake News” não afeta apenas a imunização contra a COVID-19. Doenças há pouco erradicadas, como o sarampo, a poliomielite e a difteria, estão voltando a ser registradas, devido a diminuição da adesão nas campanhas de vacinação.   

Além disso, quanto mais eficaz a vacinação da população, mais rápido também poderemos reequilibrar a economia no país, estancar a falência de empresas e barrar o aumento do nível de desemprego. E se existe algo que parece se apresentar como um debate inútil, em pleno século 21, é tudo que diz respeito à importância e à necessidade da vacinação. Fique tranquilo, ninguém ainda virou jacaré.


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