Dagmar de Oliveira, secretário de Governo, fala sobre os principais projetos e demandas necessárias para o desenvolvimento de Navegantes
Com o lema profissional “Pense fora da caixa” fixado acima de sua mesa de trabalho, o secretário de Governo, arquiteto Dagmar de Oliveira, começou, lá em 2021, a projetar uma nova cidade. Morador de Navegantes há mais de 15 anos, conhecia bem as demandas do município e o que era preciso para, juntamente com a equipe do prefeito Liba Fronza (PSD), transformar a cidade.
Com ideias inteligentes e projetos arrojados, o arquiteto – que tem orgulho ao contar que conseguiu, com esforço, se formar após seus 40 anos de idade – vem modernizando a cidade por meio de seus desenhos.
O secretário, que bate a mão no peito para defender Navegantes, recebeu a equipe do Jornal nos Bairros e contou mais sobre os projetos de sua autoria que estão em execução e os projetos que ainda estão em andamento, com destaque para o grandioso projeto denominado “Parque Pontal”, que não se trata apenas da revitalização do Molhe, mas sim de um equipamento com áreas para esporte, com quadras de beach tennis, academia ao ar livre e ciclovia em toda a extensão do parque; área gastronômica coberta para foodtruck; espaço cultural com anfiteatro para eventos; pet place para lazer dos “doguinhos” e muito mais.
O secretário também falou da atualização do Plano Diretor, que destravou empreendimentos importantíssimos para o desenvolvimento de Navegantes, como a ampliação da área urbana ao lado da BR 101 e o Bairro Planejado “Viva Park”, que será construído na Av. Pref. José Juvenal Mafra, no bairro Meia Praia. A expectativa é de que a Vokkan inicie os trabalhos ainda esse ano.
Confira a entrevista na íntegra:
Jornal nos Bairros: Quando o Sr. iniciou a atual gestão à frente da Secretaria de Planejamento Urbano, quais foram as metas estipuladas pelo prefeito Liba, principalmente pelo Plano de Governo?
Dagmar de Oliveira: Eu tinha uma parte já escrita do que precisaria trabalhar dentro da Secretaria de Planejamento Urbano, constando a rota do ferry boat, a finalização do binário do aeroporto, o transporte urbano integrado, ciclovia do Centro e do Molhe, a nova ligação entre Navegantes e Itajaí, as boas práticas e inovação (Aprova Digital), projeto de mobilidade, isso são pontos que ele (Liba) colocou e eu consegui trabalhar com sucesso. Ainda há outros projetos, como o uso de energias limpas, o plano Navega 2030, a reurbanização da Radial, a construção do novo terminal rodoviário, demandas que ainda precisamos estudar e avançar.
Quando foi apresentado o formato de que Navegantes necessita de uma rodoviária, eu digo que não há necessidade, pois temos esse equipamento em Itajaí, que é gigante. Com a frota de ônibus que temos no município, fazer uma linha e levar até a rodoviária de Itajaí, ok, todavia nós construirmos uma rodoviária só para ter uma linha de ônibus aqui dentro, é algo que precisa ser mais estudado. Pois com a ligação entre Navegantes e Itajaí, que é o túnel e o sistema integrado de ônibus, estando tudo pronto, teremos um terminal na frente do aeroporto, que vai passar por Itajaí e poder seguir para Balneário Camboriú. Então, por que destinar a uma rodoviária um terreno que poderia ser melhor empregado para a comunidade? Esse é um apontamento que eu faço.
Quanto à obra da Radial, eu acho uma grande necessidade. Com a vinda do BRT dentro desse projeto do túnel, irá passar pela Radial, será obrigatório trabalhar ali, fazer com que essas duas vias sejam feitas, conectando até chegar em Penha,. A parte de mobilidade irá melhorar também com duas vias que vão e duas vias que vêm, desafogando a nossa Beira Mar.
Ainda falando em mobilidade, com a conclusão da obra da Nereu Liberato Nunes, a mobilidade na cidade também irá melhorar, a Aníbal Gaya será a entrada e a Nereu a saída, para quem vem da Avenida Portuária.
Jornal nos Bairros: O Sr. encontrou uma cidade com o Plano Diretor desatualizado, isso trazia muitas dificuldades para a pasta?
Dagmar: Muitas. Estava muito travado. Em áreas que poderiam ter um potencial grande, o Plano Diretor dizia que só podia construir quatro andares, hoje têm lugares que se pode construir até 45 andares. O meu questionamento sempre era: “por que nós estamos tão engessados por causa do aeroporto sendo que a cidade vizinha está dentro do raio do aeroporto e tem prédio de 35 andares?”. Muitos empreendimentos grandes acabaram saindo do município de Navegantes e construindo municípios vizinhos, por conta disso.
Jornal nos Bairros: O centro da cidade quase não havia espaços públicos e os que tinham estavam defasados há muito tempo. Como foi planejado esse processo de “embelezamento” da cidade?
Dagmar: Quando o prefeito Liba disse “eu preciso de um arquiteto que pense fora da caixa”, eu trago isso, eu precisava criar espaços para reconectar as pessoas, porque eu vejo que os espaços estão, cada vez, mais compactos. Indagaram que na Praça dos Emancipadores eu não coloquei nenhum parquinho e eu respondi: “a minha tristeza é ver pais e mães no celular, sem nem conversarem, e as crianças dentro de um cercado para brincar”. Temos que voltar, têm que voltar a bola, a bicicleta, essa conexão precisava, os pais já são urbanos, imagina as crianças totalmente tecnológicas. Esse foi o primeiro projeto que eu quis trazer e deu certo. Também era o objetivo da gestão ter um espaço amplo para receber eventos. .Agora falta revitalizar toda aquela parte do lado esquerdo do Ginásio Municipal, onde há também um projeto de rua coberta entre o CIC e o Ginásio, fortalecendo os eventos que ali acontecem.
E com relação aos outros espaços, na Praça da Praia Central me questionaram porque uma área tão grande com um playground tão pequeno, a intenção é também de um espaço para brincar de bola, bicicleta, patinete, etc., para não limitar as crianças ao espaço do playground. Colocamos agora uma academia ao ar livre em inox, pois a partir do momento que você instala esses equipamentos nos bairros, a fila das UBS diminuiu com a prática de esporte e a utilização desses espaços públicos.
E por falar em esporte, nós temos um projeto lindíssimo para uma área de esporte na localidade de Porto das Balsas, estamos na finalização dos orçamentos.
Jornal nos Bairros: Os bairros São Pedro e Gravatá, importantes para o turismo da cidade, também tiveram projetos planejados e executados para atrair turistas?
Dagmar: Meu foco sempre foi o munícipe, a partir do momento que o munícipe cuida do seu espaço, o turista vem. Quando o prefeito Liba me permitiu trabalhar no Espaço de Contemplação, que as pessoas param ali para ver os transatlânticos, pensei: o que eu vou fazer ali? Eu vou fazer um espaço pensando em jet-ski?”. já pensei em uma bolha maior. Daí eu vi aquele barco (escultura) perdido na praça central e soube que o artista fez a escultura olhando para aquela ponta para poder criar, aquilo já me encantou, então transferimos a escultura de lugar. E o Espaço de Contemplação criou a cultura nos moradores do violino aos sábados. Isso precisa ampliar, ir para o Molhe, porque a minha tristeza maior é quando termina o evento, as pessoas vão embora, deveria ter choperia ali, cafeteria, restaurante, o Pontal é rico nisso e precisamos potencializar de alguma forma.
Temos ainda aquele terreno ao lado do Sinergia, que estamos negociando para trazer para o município – hoje também é do Porto de Itajaí. Gostaríamos de fazer uma infraestrutura para eventos, integrando com o Espaço de Contemplação e o Molhe.
Já na Praça Marília, no Gravatá, pensei em um local para piquenique, reunir família e amigos. Ali era um espaço que servia como ponto de droga, agora ficou seguro, acolhedor e com um visual lindo da entrada da cidade.
JB: Agora frente à Secretaria de Governo, o Sr. tem como uma de suas prioridades a reurbanização do Molhe do Pontal, de autoridade do Porto de Itajaí. Como estão as tratativas para a implementação do projeto Parque Pontal?
Dagmar: Nós aproveitamos a oportunidade da audiência pública que teve com a ANTAQ para lançar o projeto, pois já havíamos apresentado, anteriormente, o projeto para a SPI. É um projeto feito já há um ano e meio. Pontuamos tudo que o município desejava para poder fazer o projeto e agora precisamos que a empresa que vai administrar o Porto de Itajaí tenha esse olhar e deixe o município avançar, já que Navegantes depende dessa autorização. Não tem lógica a nossa área sem uso e insegura comparada ao Molhe de Itajaí. O projeto não interfere em nada a função do Molhe.
JB: A nova praça do ferry boat e o seu entorno darão um ar mais moderno à cidade, além de organizar o trânsito. Fale um pouco sobre essa obra e como está o seu andamento.
Dagmar: Nós precisávamos acabar com o “centro nervoso” que eu digo que é o táxi, o mototáxi, o motorista de aplicativo, o ponto de ônibus e a ciclovia, que estavam todos juntos, sem ninguém entender nada. Então começamos a organizar, trouxemos o ponto de táxi e a parada de ônibus para perto da prefeitura, a parada de moto do outro lado da rua. A ciclovia, nós vamos fazer acesso para quem sai do ferry boat atravessar a via e pegar a Santos Dumont ou se vai pela João Sacavem, futuramente queremos inverter e colocar tudo do mesmo lado. A rua em frente ao Itaú deixará de existir e a praça ficará anexa à calçada. Também fizemos vários caminhos, para as pessoas poderem caminhar ali.
JB: Há mais algum projeto previsto para esse ano?
Dagmar: Teremos a reformação e ampliação do CEU das Artes, no bairro Nossa Senhora das Graças, com construção de piscina e quadra de futebol, além de cercar todo o local para manter a segurança e o cuidado desses novos equipamentos.
Na área de Esporte do bairro São Paulo, a Fundação de Esportes iniciou a revitalização, ali também terá piscina, academia, quadra de basquete (3X3), entre outros equipamentos.
E também estamos com o projeto da Praça do Cidadão, onde atualmente funcionam as secretarias de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Econômico. Nos já estamos trabalhando e deve ficar pronto em 90 dias, atendendo de forma unificada os serviços da SESAN, PROCON, carteira de identidade, IPTU, taxa de lixo, Esse é o projeto piloto, com seu sucesso a intenção é que tenha também um no Gravatá e outro em Machados.
No entorno da prefeitura, vamos mudar parte de playground para o outro lado, com uma nova pista de skate grande e a reforma da que já existe, além de pet place, parque, academia ao ar livre, quadra de basquete 3×3, canoagem e sanitários.