Acadêmica professora Vilma Rebello Mafra, cadeira 14
Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina – Seccional Navegantes
Com a rapidez com que os fatos se processam nos dias atuais, houve mudanças nas mais diferentes áreas que compõem o nosso quotidiano. A forma de alimentarmo-nos, de trabalhar, de curar, divertir, morar e organizar as famílias, já não se enquadram nos padrões que um dia recebemos como norma. Abandonaram-se os costumes, permitindo-se que a humanidade procurasse o seu jeito de ver e de viver.
Todos os setores sociais foram atingidos com as novas propostas de vida. Uns mais prudentes arriscaram mudanças gradativas; outros ávidos pela inovação violaram valores, sentimentos, esquecendo a verdadeira essência do que é imutável, como respeito, cultura, liberdade e integridade.
À luz de tão tristes e nada admiráveis surpresas, registro a perda da tradicional, simples e autêntica maneira, como comemorávamos nossas festas religiosas em Navegantes; quando tudo acontecia com a presença, o trabalho e a escolha da comunidade, liderada a cada ano por uma comissão de festejos. As decisões eram tomadas em reuniões onde se discutia a melhor forma de comemorar com a participação de todos, revelando-se os valores locais, através da animação de bandas, interpretações teatrais, concursos e disputas, onde as habilidades e a arte eram cultivadas.
Sabemos que não se vive de passado, mas gradativamente as coisas que deram certo poderiam ser aperfeiçoadas para que jamais se perca a tradição e a memória tão cara do povo navegantino.
