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COLUNA: AGUARDANDO 2024 COM AMOR

Coluna Daniele Lisandro

 O Ano Novo está  chegando, e com ele a mudança na “folha” no calendário traz sempre consigo a esperança de um ano melhor, e isso se repete nas diferentes partes do mundo.

Mas existe algo que esse ano me impede de vibrar ansiosamente por essa “virada” pois a dor alheia, me causa indignação,  assombro e comoção, ainda que ocorra a milhares de quilômetros de onde eu esteja.

Sofro um incômodo quando assisto atrocidades,  de tal forma que perco o sono  e me espanto em perceber que o massacre de um povo é  naturalmente aceito.

Assistir a morte, a fome, o desespero de um ser humano é algo inaceitável na minha concepção de mundo, mas que parece ser contra a corrente do comum.

Afinal, a vida perdida de algumas pessoas ou até de um povo é relativizada, esses “corpos” são desprezados como peças descartáveis no “jogo” dos colonizadores sobre os colonizados.

Nem sempre é perceptível, acredito que raramente seja, a ordem estabelecida  que segue uma sociedade, na maioria das vezes as pessoas seguem manipuladas, sem se perceberem ao lado de algozes.

Entretanto, guardo a crença , embora não pareça, de que  o ser humano possa vir a despertar a consciência para a necessidade de perceber que o mal perpetrado sobre uma povo, jamais deve ser concebido.

Talvez, o comportamento de menosprezar e aplaudir a desgraça do outro, advenha da manipulação que mencionei, quase imperceptível, de colocar determinados povos, grupos, tribos, abaixo daquilo que se tem como humano.

O outro, nessa toada, foi “coisificado” , criou-se uma história desprezível sobre aqueles que não pertencem a “classe”, a cultura e o meio que “eu” pertenço, portanto pode ser eliminado.

Sem grandes pesares,  o “diferente” pode ser varrido do mapa ( como os palestinos), além do mais se fugir a ideia dominante religiosa , ou a ordem do Capital, num sistema imperialista, que subjuga e corrompe.

Apesar de todos os horrores dos últimos tempos, eu quero crer profundamente que o próximo ano será melhor, quem sabe se a maioria despertar desse transe que reduz a capacidade de reflexão e especialmente de compaixão.

Como leciona o filósofo Alain Badiou no documentário “ A Questão do Amor “ ,” o amor é o caminho mais poderoso conhecido pela humanidade…ele coloca você em um estado de dependência pelo outro. Que é algo fundamental contrário ao individualismo moderno” .

Amplificando a ideia,  o amor precisa ser trazido como motivo para ação humana, a ponto de transpor  os interesses egoísticos e individuais.

Ainda que aparente uma ideia ultrapassada, o amor inserido no humano, não permitiria com tanta naturalidade a eliminação de quem quer que fosse.

“ A verdade do mundo é de fato sustentada pela multiplicidade, não pelo átomo que você é por si mesmo” .

Boas festas!

Feliz Ano Novo a todos!!  Paz, saúde , compaixão e Amor!!! 


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