Por Carine Roos, jornalista, socióloga e empreendedora
Dia 8 de Março foi o Dia Internacional da Mulher. Vale salientar que mesmo com as importantes evoluções no ambiente de trabalho, as mulheres ainda encontram dificuldades para avançar nas empresas e acessar de forma equitativa as oportunidades de carreira nas organizações. Um estudo feito pela Grant Thornton em 2022 aponta que apenas 38% dos cargos de liderança em empresas brasileiras de médio porte são ocupados por mulheres. Uma porcentagem baixa considerando que elas são mais de 50% da população do país.
A diversidade, equidade e a inclusão são problemas complexos e que exigem soluções sistemáticas por parte das companhias. O tema tem de estar atrelado à estratégia do negócio para conseguir permeabilidade e resultados. É a liderança que banca a decisão de incluir, contagia a empresa e faz a mudança acontecer. Sem sensibilizá-la, dificilmente o assunto ganhará relevância e ficará restrito a ações pontuais de RH que até têm boas intenções, mas que acabam não vingando.
Um dos grandes problemas nas empresas em relação à diversidade e equidade é a falta de um planejamento estratégico que traga resultados efetivos para a mudança da cultura organizacional. Neste sentido, o tema precisa ser tratado com profundidade pelas empresas. Quando tratamos o assunto de forma rasa e eventua, como apenas no Dia Internacional da Mulher, colocamos a questão de equidade salarial, retenção de colaboradoras após se tornarem mães e o número baixo de mulheres c-level, como algo simples e fácil de se resolver, mas sabemos que é ao contrário, não é uma receita de bolo.
é preciso pensar nos ambientes de trabalho como forma de desenvolver as colaboradoras, garantindo um espaço para que elas sejam valorizadas e reconhecidas. As mulheres estão constantemente quebrando barreiras, seja no mundo corporativo ou no âmbito pessoal. Porém, a maior parte das organizações ainda engatinha no tema de equidades. Mais do que uma data, isto é uma questão de justiça e que demanda soluções intencionais e sustentáveis. As colaboradoras não só devem ocupar cargos de liderança como receber igualmente por isso.
Estamos longe de um cenário representativo, mas precisamos implementar cada vez mais essas políticas nas empresas para acelerar o movimento de forma séria, com metas reais e oferecendo mentoria e suporte às mulheres no mercado de trabalho e na comunidade como um todo.