Enquanto as cidades litorâneas de Santa Catarina contabilizam números de pacientes com virose, o deputado estadual Carlos Humberto (PL) quer mudar a metodologia utilizada pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina na coleta de água para os relatórios de balneabilidade das praias do Estado, alegando “prejuízos causados pela atual metodologia”.
Não é de se surpreender que o deputado esteja preocupado com os prejuízos. Carlos Humberto, até o ano passado, era vice-prefeito do município de Balneário Camboriú, um dos destinos mais procurados por turistas em todo o país, mas suas praias têm recebido pontos impróprios para banho nos últimos relatórios do órgão ambiental.
O governador Jorginho Mello (PL) também já sinalizou que a reivindicação do deputado será atendida, durante reunião na terça-feira (24), que contou com a presença de representantes do Instituto do Meio Ambiente (IMA), da Secretaria de Saúde e do Corpo de Bombeiros.
Segundo o governador, há necessidade da mudança do método para não prejudicar as cidades que dependem economicamente do turismo de praias. Assim, informou que, nos próximos dias, deve ser anunciada a nova metodologia utilizada pelo IMA.
O que é preocupante é que essa nova metodologia pode, muito bem, maquiar a real qualidade das águas das praias catarinenses. Se já estamos sofrendo com surtos de virose – pois uma das causas levantadas para o surto pode ser a qualidade das águas das praias, de nada valerá maquiar que as praias estão todas aptas para banho e trazer os prejuízos realmente preocupantes, que são aos turistas e moradores. Praias impróprias para banho apresentam riscos à saúde dos banhistas, e a real condição das praias deve ser tratada com responsabilidade.