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MARIA FLOR FALA SOBRE TRAJETÓRIA PÚBLICA E AVANÇOS NA PASTA QUE OCUPA

Maria Flor, 53 anos, gestora na Secretaria de Assistência Social de Navegantes, nos últimos meses, passou por uma saia justa com o caso dos invasores da Meia Praia que se instalaram na E.M. Prof. Rosa Maria Xavier de Araújo. Eles exigiam uma providência da prefeitura no caso da habitação. Firme, ela avisou que o único auxílio, previsto em Lei, que a secretaria poderia dar eram as passagens para que as famílias voltassem para suas cidades de origem.

Essa foi apenas uma de tantas decisões que, em 25 anos de vida pública, Maria Flor teve que tomar em sua trajetória política que envolveu mais de 20 anos de militância no PMDB, aonde foi eleita vereadora para o pleito de 2009 a 2012 com a segunda maior votação. Mas em meio ao mandado, viu-se obrigada a deixar o partido e filiar-se ao PSD, saindo da oposição e indo para a situação. A mudança gerou um processo que poderia caçar seu mandato. Essas e outras questões a cientista política responde em entrevista exclusiva ao Jornal nos Bairros.

Trajetória política

Em 2001, Maria Flor entrou para o executivo, onde foi diretora e secretária de assistência social, assim como chefe de gabinete, em sua opinião, fundamental para o aprendizado, já que ficou conhecendo o funcionamento de cada secretaria. Por sempre gostar de fazer assessoria política de vereadores e até do prefeito, em 2007 formou-se em Ciências Políticas, pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), fez cursos de gestão pública e cursos do Legislativo. Em 2008, foi convidada pelo PMDB a candidatar-se a vereadora pelo partido. Foi a segunda mais votada, com 1.157 votos. Optou por não ocupar cargo de secretária no Executivo, para entender todo o processo no Legislativo.

Conflitos no PMDB e mudança para o PSD

Como vereadora, assumiu realmente uma postura crítica de oposição, no entanto, no decorrer do mandato, confrontos ideológicos com membros do próprio partido fizeram-na começar a pensar em deixar a sigla. “O partido não se decidia, eu não quis criar atrito nem desmistificar ninguém”, explicou. Em outubro de 2011, a então vereadora deixou a antiga sigla e filiou-se ao PSD. “Eu escolhi o lado que estava fazendo a diferença no município, não o demagógico”.

Imagem prejudicada

Com a saída, Maria Flor acredita que sua imagem foi prejudicada. “Eu saí por traidora. Na época, eu não falei o motivo de eu estar deixando o PMDB, isso me prejudicou. Acharam que eu era dependente do partido, mas eu continuei minha trajetória. O PMDB entrou com pedido de cassação do meu mandato, mas não obteve êxito porque estava tudo dentro da lei e eu fiquei como vereadora até o final do mandato”. 

Volta para o Executivo

Segundo ela, devido a todo o desgaste ocasionado, sua candidatura ao segundo mandato não resultou no esperado. Ela foi convidada, então, pelo prefeito Roberto Carlos de Souza, a assumir a secretaria de comunicação social em 2013, onde permaneceu até janeiro de 2014. O prefeito tinha uma nova missão que deveria ser assumida. A secretaria deixou a pasta que ocupava para estar à frente da Secretaria de Assistência Social, onde ela admite estar realizando um bom trabalho

O que foi realizado quando assumiu a Assistência

Quando começou seu trabalho na secretaria de assistência social, os serviços aconteciam, mas havia poucos técnicos, porque o Sistema Único de Assistência Social mudou recentemente e, com isso, novos serviços necessitavam de um maior número de profissionais como psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e advogados. Com o apoio do prefeito Roberto, em menos de dois anos, o número de técnicos na Assistência dobrou. Foram efetivados vários técnicos no CREAS – Centro de Referência em Assistência Social, responsável pelos atendimentos de indivíduos que se encontram com os direitos violados (violência contra crianças, mulheres e idosos, trabalho infantil, situação de rua, etc.). Também foram efetivados orientadores sociais e chamados mais técnicos pelo concurso público, além da reforma na estrutura física do CRAS, mudanças na Instituição de Acolhimento e troca de endereço da sede do CREAS com espaço mais adequado.

Queda do número de famílias necessitadas do Bolsa Família

Dado positivo foi que em dezembro de 2014 o número de famílias inscritas no Programa Bolsa Família no município era de 1364 e em janeiro de 2016 diminuiu para 975. A queda no número mostra que a condição social das famílias melhorou, saindo da situação de extrema pobreza e não dependendo mais desse auxilio financeiro. “Isso se deve ao investimento em cursos profissionalizantes e de capacitação. Lá na secretaria, as pessoas que nos procuravam para fazer os cursos realmente eram mão de obra não qualificada, e conseguimos inseri-los no mercado de trabalho com a profissionalização. Observamos também que os cursos que eram oferecidos não atendiam as demandas, então começamos a oferecer capacitação na área da construção naval”.

Hoje, a secretária ressalta que a procura maior na secretaria é por emprego, capacitação, documentos e não mais por assistencialismo, como acontecia. “A Secretaria ainda oferece cesta básica porque é um benefício eventual previsto em Lei, porém não vejo mais como o foco, isso é muito bom. Eu não quero ver uma população dependendo do Governo. O trabalho da rede de atendimento, o envolvimento de todos os setores, a exemplo do empresariado oportunizando o Jovem Aprendiz, é fundamental nisso e irá melhorar muito a cidade, impactar na segurança pública e sua organização como um todo”, finalizou. 


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