Enquanto o município de Navegantes, assim como o restante do país, luta pela valorização feminina e por maior representatividade da mulher na política – inclusive com avanços significativos nesse ano, considerando-se o aumento no número de cadeiras ocupadas por vereadoras mulheres no Legislativo Municipal e a recém-criada Procuradoria Especial da Mulher, além da busca pela implantação da Delegacia da Mulher no Município – a deputada Ana Campagnolo (PSL), representante da região na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), vai na contramão do movimento.
Um projeto de lei da deputada que cria a Procuradoria Especial do Homem na Alesc foi lido na sessão de terça-feira (6/04). O texto diz que a finalidade da proposta é “a defesa e a promoção da igualdade, da autonomia, do empoderamento e da representação dos homens, bem como o enfrentamento a todas as formas de discriminação e de violência contra o homem”, além de “atuar pela participação mais efetiva dos deputados nos órgãos e nas atividades da Alesc e fomentar a participação e a representação dos homens na política”.
Porém, o projeto que pede maior representatividade dos homens não deve ter levado em consideração que os homens são ampla maioria no Legislativo catarinense. São 40 deputados, sendo 34 homens e apenas seis mulheres. E não apenas em Santa Catarina, em todo o país as mulheres são minoria na política e tentam ganhar espaço em um universo totalmente machista, onde até pouco tempo mulheres não votavam.
A representatividade feminina não é inferior apenas na política. Mulheres têm salários mais baixos do que dos homens, ocupam menos cadeiras de chefia nas grandes empresas. Profissionais do gênero feminino com maior grau, como pós-graduação, MBA ou especialização, chegam a receber 47% a menos em relação aos homens.
E ainda, as mulheres, a maioria da população brasileira, são chefes e responsáveis pelo sustento de 40% das famílias no país. Por isso que apoiar essa luta é contribuir positivamente para a sociedade como um todo, ao invés de ignorar a realidade de que ainda precisamos muito evoluir.