Os menores filhos de imigrantes haitianos estavam no acidente com o ônibus que pretendia chegar aos Estados Unidos.
Três crianças naturais de Navegantes estão entre as vítimas sobreviventes do grave acidente com um ônibus de migrantes, no dia 15 de fevereiro, no Panamá, onde 39 pessoas, ao menos, morreram e 30 ficaram feridas. A informação é do Governo de Santa Catarina, que avalia trazer as crianças catarinenses de volta ao Estado.
Além das três vítimas de Navegantes, também estão internadas no Panamá uma criança de Itajaí e outra de Chapecó. Os menores são brasileiros filhos de imigrantes haitianos radicados legalmente no Brasil. Eles estavam no grupo que tentava chegar aos Estados Unidos. No ônibus também havia imigrantes equatorianos, chilenos e venezuelanos, somando 66 pessoas.
A secretaria de Articulação Internacional avalia uma repatriação e uma possível transferência das crianças para Santa Catarina. As vítimas brasileiras têm parentesco entre si. O governo de Santa Catarina e o Itamaraty organizam uma missão até o Panamá para visitar as crianças brasileiras internadas. Não há confirmação de adultos brasileiros entre as vítimas.
O acidente
O ônibus de migrantes que tinha como destino final os Estados Unidos bateu contra um microônibus, em uma rodovia na província de Chiriquí, durante a viagem em uma região de selva do Estreito de Darién até um abrigo perto da fronteira com a Costa Rica. O trajeto é uma conhecida rota de imigração para o país norte americano.
Os sobreviventes foram levados para o hospital da cidade de David, em Chiriquí. Entre os mortos, foram confirmados três menores de idade. As crianças de Santa Catarina têm entre cinco meses e 7 anos. O estado de saúde delas não foi detalhado. Quatro das vítimas tinham quadro estável, com previsão de deixar o hospital infantil José Domingo Obaldia nesta semana.
O Panamá tem se tornado uma das principais rotas de imigração para os Estados Unidos. O perigoso caminho pela selva de Darién, onde ocorreu o acidente com o ônibus de migrantes, costuma ser usado principalmente por haitianos, entre os quais pessoas que já haviam migrado para o Brasil antes, onde tiveram filhos brasileiros.
