Desde antes do leilão dos aeroportos do Bloco Sul na qual o Aeroporto de Navegantes passou a ser administrado pela iniciativa privada, lideranças políticas e classes empresariais do Estado lutam pela inclusão de uma segunda pista para pouso e decolagem no terminal. A CCR, empresa que administra o Aeroporto de Navegantes, não tem o compromisso de construir a nova pista, já que no edital do leilão não foi prevista a segunda pista.
O fato gerou repercussão e o senador Esperidião Amin (PP) entrou na jogada. Por duas vezes, divulgou em suas redes sociais que a nova pista sairia, entretanto, a história não era bem assim. No dia 12 de julho, Amin participou de uma audiência com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, para tratar do assunto. O senador afirmou que a reinserção da nova pista no Plano de Investimentos já está aprovada e definida, inclusive, pela concessionária CCR, assim como as desapropriações deveriam prosseguir. Mas, ao contrário do que afirmou Amin, a CCR disse estar avaliando diversas possibilidades de desenvolvimento do aeroporto ao longo dos próximos 30 anos, não descartando o projeto, mas também não se comprometendo com a obra.
Novamente, no dia 10 de outubro, o senador Amin voltou a se manifestar em relação assunto, depois de uma reunião com a CCR. Ele comemorava a inclusão da aprovação do novo projeto que recoloca a segunda pista no Masterplan, dando como certo o investimento no terminal. No entanto, mais uma vez a CCR se posicionou por meio de sua assessoria de imprensa, ressaltando que, neste primeiro entendimento dos investimentos, a preservação de uma área visando uma segunda pista de pousos e decolagens foi considerada. Mas deixou claro que a prioridade é com o cronograma de investimentos em atendimento ao contrato de concessão, tendo como principal destaque a construção de um novo terminal de passageiros.
O fato de a concessionária ter considerado construir a segunda pista não quer dizer que ela sairá com certeza do papel, tampouco que esse é um projeto a ser executado em curto prazo. Ainda há muito pano para a manga. E essa manga puxa quem espera há mais de 20 anos pela indenização das desapropriações da área do aeroporto e a classe empresarial, que aposta na projeção para o transporte de cargas com uma maior movimentação no terminal.