Nos tempos atuais, é triste ver que algumas tradições vão se perdendo. E Navegantes, infelizmente, é exemplo negativo de perda de muita identidade e tradição. Perdemos a tradição do nosso carnaval de rua, da Festa do Divino Espírito Santo com imperador e imperatriz mirins – há alguns anos voltou, mas não com a força total, após ser interrompida entre o final dos anos 90 e começo dos anos 2000 – e festas populares como a Exponave e a Fenagro.
No entanto, uma tradição é mantida há exatos 129 anos: a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, uma herança deixada pelos nossos colonizadores portugueses. Quando os primeiros colonizadores portugueses chegaram ao Brasil, com eles também desembarcou a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes. Pescadores simples e valentes sempre faziam as orações àquela que se tornou nossa Padroeira, antes de irem para o mar buscar o sustento de suas famílias.
Desde 1896, Navegantes presta homenagem à santa padroeira do município. No dia 3 dezembro de 1899, um domingo, foi registrada, nos jornais da época, a festividade que contou com 28 barcos navegando e mais de mil pessoas participando. A imagem da Santa, trazida do Rio de Janeiro por um devoto, foi translada da Igrejinha Imaculada Conceição, em Itajaí, para bordo de um veleiro, e conduzida para a capela “no outro lado do rio”.
Desde então, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes nunca deixou de ser realizada. Nem mesmo na Pandemia da Covid 19 a festa foi cancelada, foi sim feita em menor formato e com as devidas medidas sanitárias, porém sem deixar de prestar homenagens à Mãe dos navegantes.
Que a tradição da Festa da Padroeira nunca morra.
