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A LEI É VISTA DA MESMA FORMA PARA TODOS?

Nessa semana, a mídia repercutiu nacionalmente o caso do menino de 2 anos de idade dado como desaparecido, desde o dia 30 de abril, em SC. Ele foi localizado na segunda-feira, 8, no estado de SP. Inicialmente, o caso foi tratado como tráfico de pessoa, mas a polícia suspeita que a mãe tenha entregado a criança voluntariamente, por motivação financeira. O Código Penal descreve como crime o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio. Duas pessoas foram presas preventivamente e mais duas estão sendo investigadas por envolvimento no caso. De acordo com a polícia, a mãe biológica do menino teria conhecido o suspeito em intermediar a adoção ilegal pela internet e teria sido convencida a “doar” a criança. Uma segunda pessoa veio à SC buscar a criança e a levou para SP.

O caso ganhou a repercussão necessária e foi tratado como crime, como deve ser. Pois a única forma legal de realizar uma adoção é pela justiça, por meio de habilitação no Sistema Nacional de Adoção.

Porém, infelizmente, nem sempre a adoção ilegal é tratada como deve. No mundo dos “influenciadores”, a fama fala mais alto do que a legalidade. Muitos casos de adoção ilegal caíram no gosto mídia de forma deturpada, dando a impressão ao leitor de que a pessoa que está infringindo a lei é a vítima na história. Romantizam os erros, levando todos a ficarem com pena da situação. “Coitadinha, a justiça tirou o bebê dela”. A justiça tirou a criança por ter sido uma adoção ilegal. Coitadinho é quem tem que ficar anos à espera de um filho na fila de adoção. Mas a mídia não explica isso, pelo simples fato de se tratar de uma ”queridinha” das redes sociais.

Se a lei é para um, é para todos. Não é porque uma pessoa é famosa, tem dinheiro, que a lei não deve ser aplicada a ela. O papel da mídia é levar às pessoas informações completas, com imparcialidade, sem favorecer a um ou a outro.  


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