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PARQUE NATURAL PROMETE SER A NOVA ATRAÇÃO TURÍSTICA DE NAVEGANTES

Parque de Navegantes Jornal nos Bairros

Com uma área que pode chegar a mais de 300  mil metros quadrados, Parque Natural está previsto para ser inaugurado em 2024

Por Rogério Pinheiro

Projeto pretende criar uma área de lazer para a população com trilhas e um mirante com 150 metros de altura. Parque deve ser concluído em 2024 e tem um orçamento de R$ 2,5 milhões.

Navegantes vai ganhar em breve uma nova opção de lazer. O Parque Natural Municipal, localizado na rua Onório Bortolatto, bairro Pedreiras, deve ser entregue para a comunidade até 2024. Entre os objetivos do parque estão a proteção da fauna e flora, pesquisas científicas, atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza, de turismo ecológico, religioso e de aventura.

Principal trilha tem 800 metros de extensão e ligará gruta de Nossa Senhora de Guadalupe ao futuro mirante

Com 146 mil metros quadrados, o parque será instalado na morraria do bairro Pedreiras, que já conta com cursos d’água, vegetação, árvores com 30 metros de altura e uma fauna abundante. A área do parque é coberta por Mata Atlântica. O projeto prevê a implantação de trilhas e um mirante. A área ainda deve dobrar de tamanho com a anexação de outros morros próximos. O ponto mais alto da morraria do bairro Pedreiras chega a 276 metros.

A área preservada para o ecoturismo também faz parte da história de Navegantes. No começo do século 20, o local sediou uma mineração. As pedras utilizadas nos molhes Sul (Itajaí) e Norte (Navegantes) foram retiradas da morraria do bairro Pedreiras e transportadas de trem até as obras, que levaram mais de 30 anos para serem concluídas. Com o término dos molhes, a mineração foi desativada.

 Localizado em um  ponto a 150 metros de altura, o mirante vai proporcionar uma visão de várias cidades da região, chegando até Bombinhas

A ideia do parque também é antiga. Começou em 2011, graças ao resgate de R$ 1.200.000,00 de compensação ambiental paga pela Portonave à antiga Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma), hoje Fundação do Meio Ambiente (IMA), por sua implantação no município. O recurso da mesma compensação ambiental paga pela Portonave para a ampliação recente do porto vai ser utilizado para montar a estrutura do parque e para a regularização fundiária. Apesar de a Portonave ter pago R$ 4,5 milhões de compensação ambiental ao IMA, Navegantes perdeu R$ 2 milhões, que foram repassados para outros municípios.

Morraria do bairro Pedreiras já foi explorada no começo do século 20 para obras dos molhes de Itajaí e Navegantes

– Esse recurso que é meio por cento sobre investimento no porto vai para uma compensação ambiental e quem define isso é o Estado. A gente conseguiu isso através de reuniões com a câmara técnica de compensação ambiental do IMA. Hoje, o recurso para a estrutura do parque é de R$ 1.200,000,00 e R$ 1.300.000,00 para regularização fundiária. Já foi aprovado em dezembro de 2022. Toda a área que o porto ocupou é uma área de preservação. A gente não recebeu o valor na íntegra. Tinha R$ 4 milhões e meio no total da compensação do porto. Não é obrigação do IMA investir todo o valor no município, mas é recomendado – explica o superintendente do Instituto Ambiental de Navegantes (IAN), Marcos Zaleski de Matos.

Para o superintendente do Instituto Ambiental de Navegantes (IAN), Marcos Zaleski de Matos, uma das prioridades do parque é trabalhar com educação ambiental

Segundo o superintendente, a área do Parque Natural de Navegantes deve dobrar de tamanho.

– Pelo decreto, nós temos uma área de 14 hectares, 140 mil metros quadrados, mas já temos outras áreas adicionais. Em breve faremos o lançamento da ampliação da área do parque, que é de propriedade do município. No mínimo o dobro de área. Isso ainda não é oficial, mas a gente está encaminhando. Além disso, o Plano Diretor tem direcionado toda a área de morraria para ampliação do parque – reforça.

Um inventário realizado em 2014, pela empresa Proteger Consultorias Ambientais, catalogou 41 espécies florestais, entre elas o Garapuvu, Canela Amarela, Embaúba, Xaxim e o Ticum. Árvores que podem alcançar até 30 metros de altura, por exemplo, o Garapuvu.

O mesmo inventário identificou nove espécies de mamíferos. Cachorro do mato, cutia, capivara, tatu e gambá de orelha preta são alguns deles. Já as aves, o estudo apontou a existência de 18 espécies, entre elas o gavião-carijó, canário-da-terra, pica-pau do campo e a coruja do mato.

Marcos confirmou que um novo inventário deve ser feito antes da abertura oficial do parque.

Gavião-carijó é uma das espécies de aves encontradas no Parque Natural de Navegantes

– O próximo passo é o levantamento florístico para elaborar placas informativas sobre as espécies de flora e fauna voltadas à educação ambiental e o inventário florestal para instalação da infraestrutura do mirante. As trilhas serão abertas após implantação de equipamentos de sinalização que garantam a segurança dos usuários – disse.

A principal trilha do parque tem 800 metros de extensão e vai ligar a gruta de Nossa Senhora de Guadalupe ao futuro mirante, que ficará a 150 metros de altura. Apesar de já implantada, Marcos alertou que a trilha não está aberta ao público.

– Acabamos de fazer toda a verificação topográfica, fizemos o planejamento prévio, fomos a campo e implantamos uma trilha que vai ser para visitantes. Ela sai da gruta de Nossa Senhora do Guadalupe e chega até o ponto onde será instalado o mirante. Essa trilha é totalmente nova, porém não está aberta ao público  – completa.

Assim que for aberto, o Parque Natural de Navegantes será público e gratuito. No entanto, o superintendente do IAN não descarta a possibilidade da área ser concedida à iniciativa privada.

– A prefeitura vai adotar uma área pública, uma área verde e vai fazer a manutenção. Futuramente vão ser discutidos outros modelos. Pode existir um modelo de concessão, pode existir novos equipamentos de ecoturismo lá. Trabalhar com educação ambiental é uma das nossas prioridades, trazer as escolas, inclusive as trilhas vão ter um espaço mais largo para as escolas poderem visitar – salienta.

Marcos destacou a importância do parque para preservação da natureza e também para o lazer.

– É uma excelente opção de lazer, diferenciada. Vai ter uma vista magnífica. Vai requerer um pouco de esforço para chegar lá e esse esforço vai ser compensado. Não é só isso. No caminho até lá as pessoas vão presenciar algo diferente também. Vai ser uma trilha estruturada e com certeza uma opção de lazer para as famílias de Navegantes. Vai atingir o objetivo da unidade de conservação. A gente vai ter o lazer, a gente vai ter a conservação da natureza e fomentar a pesquisa também – finaliza o superintendente do IAN.


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