Nos dias 10 e 11 de dezembro, acontece a Festa de Santa Luzia, com missas e gastronomia.
POR LOUISE BENASSI – SC 002880/JP
A comunidade Santa Luzia, localizada no bairro Machados, em Navegantes, existe desde 1824, quando Navegantes ainda pertencia a Itajaí, que, por sua vez, pertencia a São Francisco do Sul. A imagem de Santa Luzia que está na igreja é original da época e foi trazida por um casal de imigrantes italianos, que era devoto da santa também italiana. A devoção na comunidade começou com a reza do terço pelos moradores daquela localidade.
A dona Marlene dos Santos Laurenco, esposa de um dos diáconos da comunidade, conhece bem a história, que é preservada pelos membros da comunidade. Ela conta que a primeira capela ficava localizada na beira do rio, na chamada Rua da Esteira, hoje Rua Paulino de Lima. Naquela época, o padre que rezava a celebração vinha do município de Brusque a cavalo e atravessava o rio de bateira. “A participação era muito grande e a devoção do povo era profunda, muitas promessas eram feitas, porque Santa Luzia é protetora dos olhos”, conta.
OBS: No livro “O Navegantes que eu conto” , da escritora Didymea Lazzaris de Oliveira, consta que a data da fundação da capela de Santa Luzia é de 1905. No entanto, o Jornal nos Bairros preferiu preservar a história contada pelos moradores antigos de Machados, no caso a senhora Marlene, que escutou a história de gerações passadas.
Construção da nova igreja
No ano de 1954, o senhor Vendelino convocou a comunidade para uma reunião e juntos decidiram construir uma nova igreja nas proximidades do cemitério de Machados. Todos se animaram e, com muita luta e dedicação, foi iniciada a construção, em que muitas pessoas ajudaram, umas financeiramente, outras com mão de obra.
A inauguração da igreja deu-se no dia 13 de março de 1960, sendo o presidente da comissão o senhor João Bernardinho Francisco. Na ocasião, foi realizada uma grande festa, com missa solene, celebrada pelo Arcebispo Dom Joaquim Domingues de Oliveira.
Paróquia
Mas a comunidade de Santa Luzia só ganhou o status de paróquia em 13 de dezembro de 2000, conforme consta nos documentos da Diocese de Blumenau, a qual pertence Navegantes. Hoje tem como pároco o Frei João Bernardes Alves.
Festa de Santa Luzia
Hoje a fé continua. A comunidade irá promover mais uma festa em sua honra. No dia 9 de dezembro (sexta-feira), será o teatro da vida e martírio de Santa Luzia. No dia 10 de dezembro (sábado), às 19h30, missa com Dom Rafael. No dia 11 de dezembro (domingo), às 10h30, missa.
- Confira a programação completa:
10/12 (Sábado)
19h30 – Missa com Dom Rafael Biernaski,
20h30 – Churrasco e frango assado com acompanhamentos, cuca, pastel e bananinha. Bingo roleta.
11/12 (Domingo)
10h30 – missa
12h – churrasco e frango assado
14h – bingo
Endereço: Rua Orlando Ferreira, 1809, bairro Machados – Navegantes.
A história de Santa Luzia
O Dia de Santa Luzia é comemorado em 13 de dezembro. Ela é a santa protetora dos olhos e da visão. Santa Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa, na Itália, tendo recebido ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe a queria casada com um jovem de distinta família, porém pagão.
Nessa ocasião, sua mãe adoece gravemente e Luzia, que era devota de Santa Águeda, leva sua mãe à tumba da santa. Milagrosamente, sua mãe recupera a saúde e acaba concordando que a filha seguisse a vida que escolhera, consentindo também, que distribuísse seu rico dote entre os pobres.
O noivo rejeitado vingou-se, entregando Luzia como cristã ao procônsul. Este ameaçou Luzia de colocá-la no prostíbulo e sua resposta foi: “O corpo se contamina se a alma consente”. Assim sendo, dezenas de soldados tentaram carregá-la, mas o corpo de Luzia pesava muito, nada conseguindo. Contam que enquanto estava presa, arrancaram-lhe os olhos, mas no dia seguinte estavam novamente perfeitos. Por este milagre é que ela é venerada como protetora dos olhos.
Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício aos deuses e nem quebrar o seu santo voto, foi decapitada em 303, para assim testemunhar com a vida – ou morte – o que disse: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade”.