No dia 23 de agosto de 2018, uma grande ação policial cumpria a ordem judicial para desocupação de uma área de invasão no bairro São Paulo, em Navegantes, conhecida como Monte Sião e Nova Canaã. Mais de 500 moradias instaladas no local foram demolidas e a área foi reiterada aos proprietários. No entanto, quase quatro anos após a operação, a área da antiga invasão continua afetando os demais moradores e trazendo prejuízos para o município.
Ao chegar perto da área, é visível a situação de “pós-guerra” que ficou o local. Paredes derrubadas, restos de construção e objetos deixados pelas pessoas que ali ocupavam o local. O pior é o mato alto e resto de entulho no local, que atraem inúmeros ratos. A área também tem que ser, constantemente, monitorada pelos agentes de saúde, por ser propicia para o mosquito transmissor da dengue colocar seus ovos. O local, efetivamente, tornou-se um risco para as famílias do bairro São Paulo que fazem vizinhança com a antiga área de invasão.
Moradores reclamam que precisam, frequentemente, colocar veneno para os ratos, mas mesmo assim não conseguem se livrar de todos os roedores, já que não são todos os vizinhos que fazem o mesmo. Apesar disso, eles sabem que o pesticida não é a solução ideal, pois pode tirar a vida de demais animais. O que eles esperam é a limpeza efetiva da área.
E de quem é a responsabilidade?
Parte da área desocupada é de propriedade da Infraero e seria utilizada para a ampliação do Aeroporto de Navegantes, com a construção da segunda pista para pouso e decolagem. No ano passado, o aeroporto foi leiloado juntamente com outros aeroportos do país. Com a concessão, a intenção da nova pista no aeroporto foi suspensa, pois o edital não previa a melhoria e a empresa que atualmente administra o aeroporto de Navegantes, até o momento, não manifestou interesse em construir a segunda pista. Enquanto isso, a área da antiga invasão do bairro São Paulo continua sem a segunda pista e parecendo um bairro abandonado.
Gato na água e luz
Além do problema com os ratos, a antiga área de invasão deixou também problemas com a clandestinidade de água e luz. Na Rua Sérgio Gaya, por exemplo, após a retirada das pessoas da área reiterada, várias residências deixaram de pagar a conta de energia elétrica na Celesc e, desde então, segundo denúncias, estão furtando energia, por meio da antiga fiação que ficou.
A redação do Jornal nos Bairros entrou em contato com a regional da Celesc, por meio do gerente do Núcleo, Pedro Paulo Molleri, para saber se o órgão tem conhecimento da situação. Porém, não obteve resposta, até o fechamento da edição.
