Eles costumam ser invisíveis durante quase todo o ano. E mesmo invisíveis, “incomodam” muita gente, pelo simples se existirem e estarem ocupando as ruas da cidade. A população quer que corram com eles das esquinas e calçadas, no entanto eles são seres humanos e têm direitos de estarem ali, por mais que a sua imagem, muitas vezes feia a desleixada, não agrade aos olhos de quem passa.
Sim, muitos são dependentes químicos, apresentam problemas psiquiátricos. Só que o maior mal que causam é a eles mesmos. Por isso precisam de ajuda especializada, não com comida que só faz mantê-los na rua, mas com dignidade, para que possam sair daquela situação.
E nada melhor do que o frio para fazer surgir uma onda de solidariedade, para aquecer os corações. No frio, esses moradores em situação de rua deixam de ser invisíveis e tornam-se seres humanos que necessitam da ajuda do próximo. Eles ganham abrigo, uma cama quentinha, refeição.
As ações são paliativas, porém a atenção e o carinho dispensados por voluntários a essas pessoas é fruto de transformação, de mudança de vida. Quem sabe uma palavra dita, um incentivo ou apenas o escutar transforme a vida dessas pessoas, faça com que elas saiam das ruas, voltem a procurar suas famílias, aceitem ajuda para tratar seus vícios.
Lembrando que apesar de “invisíveis” por parte da população, os moradores em situação de rua são acompanhados, dia a dia, pelas equipes de abordagem social das Secretarias de Assistência Social, que fazem um trabalho de formiguinha, tentando tirar essas pessoas desse estado de vulnerabilidade social. Um trabalho, muitas vezes, incompreendido, porque é muito mais fácil excluí-los do que realmente ajudá-los. Então se vires um morador de rua sentado na calçada, pense que ali está uma vida necessitando de socorro.