A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu para 75,5 pontos em agosto em Santa Catarina, redução de 7,7% em relação ao mês anterior. Essa é a quinta queda consecutiva do índice, que na comparação com agosto do ano passado acumula retração de 34,3%.
O dado, calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio/SC), varia de 0 a 200, onde valores abaixo de 100 indicam pessimismo.
Na passagem de julho para agosto os três principais indicadores do ICF – nível de consumo (-5,5%) renda (-5,7%) e emprego (-6,6%) -registraram queda. Atualmente os índices de nível de consumo (61,1 pontos) e emprego (89,4 pontos) estão em patamares de pessimismo, enquanto o de renda atual ainda indica otimismo (100,6 pontos).
Segundo a Fecomércio/SC, os indicadores variam conforme a faixa de renda das famílias. A entidade explica que, em agosto, foi possível identificar uma aceleração das perdas mais concentrada nas famílias de renda mais baixa.
“A dinâmica de redução para as faixas de renda abaixo de 10 salários mínimos caracteriza-se predominantemente pelo incremento de respostas sobre a piora da renda e menos segurança no emprego”, destacou a entidade em relatório.
Endividamento
Pela primeira vez desde o início da pandemia, o percentual de famílias endividadas cresceu em Santa Catarina. O índice passou de 54,5% em julho para 55,6% em agosto. A Fecomércio/SC salientou que o crescimento pode ter acontecido por uma questão sazonal – já que nos últimos três anos o mês de agosto registrou alta – e que o endividamento não é necessariamente algo negativo.
“Qualquer tipo de compromisso financeiro acordado para o futuro é considerado uma dívida. Portanto, o endividamento das famílias também expressa o aquecimento do consumo e as condições financeiras da economia em relação ao crédito”, explicou a entidade.
A taxa de inadimplência, essa sim vista como algo negativo, também subiu pela primeira vez desde que a pandemia começou. O percentual cresceu de 10,6% em julho para 11% em agosto. Já o índice de famílias que afirmaram que não vão conseguir honrar seus compromissos registrou uma leve queda, passando de 5,3% para 5,2%.