Celesc contingenciou R$ 332 milhões em investimentos para garantir caixa durante a crise de Covid-19.
O consumo de energia elétrica em Santa Catarina caiu cerca de 20% em abril, segundo a Celesc. O percentual está acima da queda registrada no Sul do país (-10,4%) no período. Na área de atuação da estatal, a redução é de 14%. A queda é puxada pelos segmentos comercial (-15%) e industrial (-22%), mais afetados pela crise da Covid-19. O consumo residencial cresceu de maneira importante (+14%), mas não o suficiente para equilibrar a conta.
Segundo o presidente da empresa, Cleicio Poletto Martins, o consumo caiu a patamares tão baixos que “são comparados ao consumo de 20, 25 anos atrás”.
Para enfrentar as dificuldades financeiras, a Celesc contingenciou R$ 332 milhões em investimentos previstos para 2020. São R$ 240 milhões que estavam reservados para ampliação e melhoramento da rede e mais R$ 92 milhões de manutenção e gastos operacionais. O valor representa cerca de 27% de todo o orçamento para investimento de 2020 (R$ 1,2 bilhão).
De acordo com Martins, os valores estão contingenciados a fim de preservar o caixa da empresa. A paralisação ocorre principalmente em obras do segundo semestre. Além disso, A Celesc se beneficiou de um mecanismo criado pelo governo federal para adiantar pagamentos às companhias.
“Nós estamos passando bem este momento. Há dinheiro disponível para as atividades”, garantiu. O presidente disse ainda que postergou para dezembro a distribuição de dividendos para os acionistas. Os dados fizeram parte da apresentação do cenário da empresa sobre o primeiro trimestre de 2020 na manhã desta segunda (11).
Dados primeiro trimestre
Nos três primeiros meses, a receita operacional bruta da Celesc caiu -4,2%, já como primeiros efeitos da crise. No período, o Estado teve uma redução de consumo de -0,3% em relação a 2019. Pelos números da Celesc, foram distribuídos 6,80 GWh, contra 6,82 GWh no período anterior.
O lucro registrado foi de R$ 144 milhões, quase o dobro (98%) do resultado de 2019, de R$ 72,7 milhões. Houve desempenho positivo nos investimentos (+6,2%) e nas horas sem luz para os clientes (2,1 horas), valor abaixo da média do ano passado.