Há exato um ano, o funcionário público Laurecir dos Santos, 59 anos, recebeu o diagnóstico da biópsia solicitada pelo médico urologista: câncer de próstata. A consulta com o especialista do Centro de Referência da Mulher e do Homem (CRMH), Dr. Gilberto Almeida, foi marcada em meio à campanha nacional de prevenção ao câncer de próstata, o Novembro Azul.
Mas ao contrário da maioria, Lauro, como é conhecido, já há quatro anos realizava, fielmente, como forma preventiva, o PSA – um exame de sangue usado como ferramenta para o diagnóstico da presença de câncer de próstata. Ele tinha casos de câncer na família, por isso a preocupação. No entanto, por erro de um médico anterior, que não deu importância para a alteração no exame de PSA, nem nunca realizou o exame retal (exame do toque), teve que ser submetido a uma cirurgia de retirada da próstata. Lauro lembra que, em novembro de 2013, conversava chateado com uma colega de trabalho. O convênio com seu plano de saúde havia finalizado e ele precisava marcar sua consulta periódica com o urologista. A colega, então, recomendou um médico da saúde do município e, por meio de um encaminhamento da unidade de saúde, ele conseguiu agendar uma consulta com o Dr. Gilberto.
Notando alteração no exame de PSA, o médico, imediatamente, solicitou que fosse realizado o exame retal e a biópsia para comprovação. Havia um nódulo no lado esquerdo da próstata e diagnóstico era mesmo de câncer. “Cheguei a consultar um terceiro médico, para ter outra opinião, mas não deu outra, eu estava realmente com câncer e a melhor alternativa era a cirurgia para a retirada da próstata”, contou.
O problema não terminou por aí. Se fosse feita particular, a cirurgia custaria R$ 18 mil e pelos SUS a tendência era a fila de espera ser muito grande, com isso, o problema poderia se agravar. “Fiquei aflito por muitos dias. Mas o médico que viria a me operar foi muito bom e eu consegui, no dia 3 de junho desse ano, passar pela cirurgia no Hospital Marieta Konder Bornhausen, por meio do INSS, 60 dias após o diagnóstico de câncer”, conta. Foram 20 dias utilizando sonda após a cirurgia e, em menos de 45 dias, Lauro já estava de volta ao trabalho. “Hoje faço acompanhamento de 3 em 3 meses, mas me sinto ótimo, já estou até jogando futebol”, falou com um sorriso no rosto.
Prevenção é o melhor caminho
Com a sua experiência, Lauro aconselha os outros homens a se prevenirem e deixarem o machismo de lado. “As pessoas têm que perder o preconceito. Se preferir, primeiro faça o exame de sangue, se der alguma alteração, então faça o exame do toque para um diagnóstico mais preciso. Não sou médico, mas se o estado não for avançado, a cirurgia tem, praticamente, 100% de cura”, orientou, acrescentando, “Se eu tivesse sido preconceituoso, quem sabe o que teria acontecido. Hoje, eu estou feliz, casei minha filha, nem todos em um estado avançado conseguem. Reforço que a prevenção é o melhor caminho”.