Em ato simbólico que marcou o início da vacinação da COVID-19 em Santa Catarina e o anúncio da distribuição da vacina nos 295 municípios, o presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), Paulinho Weiss, destacou ser um momento histórico, carregado de esperança, de organização do municipalismo com as equipes de saúde e de responsabilidade em informar a população sobre as etapas de vacinação que deverão ser cumpridas. Paulinho participou do anúncio da vacinação feito pelo governador Carlos Moisés, acompanhado do futuro presidente da entidade, prefeito de Araquari, Clenilton Pereira, que assumirá na quarta-feira (20/1).
Após um ano de 2020 desafiador em função da pandemia, os gestores públicos municipais passam para a ação prática de enfrentamento à Covid-19. “Os municípios começam agora a receber a vacina para iniciar a imunização, com a aplicação da primeira dose e intervalo mínimo de quinze dias para a segunda dose, nos grupos prioritários”, destacou o presidente da FECAM, entidade que iniciou no Brasil um movimento dos prefeitos e governadores em busca da vacina Coronavac.
Na primeira quinzena de dezembro a FECAM havia assinado um protocolo de intenções com o Instituto Butantan, caso o Governo Federal recusasse a compra da Coronavac ou retardasse o Plano Nacional de Imunização. “Hoje, acompanhamos esse momento de vacinação, vibrando por termos iniciado a mobilização dos municípios no Brasil em busca de doses e do reconhecimento da Coronavac como altamente eficaz” complementa o presidente. Os acordos com os municípios e Estados foram cancelados pelo Butantan após o anúncio do Ministério da Saúde de adquirir toda a produção da vacina desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Butantan no Brasil.
Em Santa Catarina, na segunda-feira (18/1), desembarcaram 144.040 doses, sendo 17.480 destinadas a população indígena e 126.560 para população de grupos prioritários. Na primeira fase serão imunizadas 71.040 pessoas, de acordo com Informe Técnico Estadual da primeira etapa da vacinação contra a COVID-19, divulgado após reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Os imunizados integram o grupo prioritário de profissionais da área da saúde, pessoas cima de 60 anos institucionalizadas e indígenas aldeados acima de 18 anos. Segundo o Estado, a população que se enquadra nesses critérios é de aproximadamente 426 mil pessoas. Em função disso, outras doses são aguardadas para Santa Catarina, com objetivo de finalizar atendimento aos três grupos da população alvo inicial. “É importante que as pessoas saibam que não tem vacina para todos neste momento. Somente para grupos prioritários e, mesmo assim, não contemplará todos nesta fase”, destacou Paulinho.
Doses por Unidade de Vigilância – Cada Unidade Descentralizada de Vigilância Epidemiológica (UDVE) do Estado passará a receber as vacinas da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e os municípios farão a gestão de acordo com o planejamento estabelecido para atender os grupos prioritários. São 17 unidades em Santa Catarina com a seguinte distribuição de vacina por regional: Araranguá (1.600 doses para a região), Blumenau (6.520 doses para a região), Chapecó (5.360 doses para a região), Concórdia (1.320 doses para a região), Criciúma (3.840 doses para a região), Itajaí (5.400 doses para a região), Jaraguá do Sul (1.880 doses para a região), Joaçaba (1.640 doses para a região), Joinville (7.440 doses para a região), Lages (2.880 doses para a região), Mafra (2.280 doses para a região), Rio do Sul (3.760 doses para a região), Florianópolis (15 mil doses para a região), São Miguel do Oeste (1.400 doses para a região), Tubarão (3.320 doses para a região), Videira (2.080 doses para a região) e Xanxerê (5.320 doses para a região).
As 17 unidades serão responsáveis em atender a população regional, totalizando distribuição de vacina para todos os 295 municípios catarinenses. Cerca de um terço da população de trabalhadores em saúde receberá vacina, considerando o primeiro lote recebido do Governo Federal. Os 54.385 profissionais da saúde que receberão vacina correspondem a uma proporção dos trabalhadores em saúde. Do total a ser vacinado agora, 6.026 pessoas estão no grupo acima de 60 anos institucionalizadas e 7.710 pertencem a comunidades indígenas. Dos trabalhadores em saúde, os critérios de priorização são: profissionais que atuam nas UTIs COVID-19, nas Emergências COVID-19, no atendimento clínico hospitalar COVID-19, profissionais do SAMU, trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência Inclusiva para jovens e adultos com deficiência) e equipes que estiverem diretamente envolvidas na vacinação.
A meta da vacinação é reduzir casos graves e óbitos pela COVID-19, atingindo abrangente cobertura vacinal no país. O presidente da FECAM destaca que 2021 ainda será um ano desafiador no enfrentamento a pandemia e a vacina “é uma luz no fim do túnel”. “Esperamos que se tenha produção de vacina em larga escala no Butantan e também na Fiocruz que produz a Astrazeneca. Que até o fim do ano a população brasileira esteja imunizada, atingindo a imunidade de rebanho e diminuindo a propagação do vírus e as internações hospitalares”, destaca Paulinho.