Muitas vezes não sei o que escrever, com tantos assuntos que passam pela retina, as vezes defino algo fora das notícias atuais, prefiro me “refugiar” nos livros, ou próximo deles, como fiz ao escolher o tema que abordo, olhei para minha estante, e um deles decidiu “conversar” comigo, (sobre cinema e filosofia );
Nos textos do escritor, ele cita filmes e faz reflexões filosóficas, sobre objetivos que não conseguimos alcançar, não importando a intensidade que desempenhamos para alcança-los.
Logo no início ele menciona e faz uma análise do filme “o colecionador”, que embora seja um exemplo de “amor” patológico, ilustra que alguns sentimentos não surgem pela força, ou por qualquer outro meio além do espontâneo. De fato nos foge completamente o controle, a nossa mera vontade de que alguém nos ame.
Entretanto vivemos em um mundo em que tudo nos é “ofertado”, e por conseguinte, entendemos que todas as coisas estarão na “prateleira” para consumirmos, basta que sigamos alguns passos, para conseguirmos quaisquer coisas.
A proposta que nos é oferecida, especialmente por muitos “influencers” é a de que se seguirmos tais recomendações, obteremos tudo, basta seguirmos a dieta mencionada para alcançarmos o corpo escultural, seguirmos tal procedimento para ter um rosto de porcelana, ou seguir determinada trilha de estudos para lograr os títulos sonhados.
Mas a vida é irônica, (e é disso que trato) ela quase nunca obedece nossos desejos, sejam eles quais forem, ela nos traz inúmeras reviravoltas, como mencionou Fernanda Torres, em entrevista recente: ” (..) você não domina o que você deseja… a vida te leva de roldão”, e é quase pueril de nossa parte acreditar no contrário.
Mesmo quando somos capazes de traçar planos aparentemente factíveis, não estamos isentos as intempéries, por vezes somos “afogados” pelo tempo, pelo imprevisto que se quer cogitamos, pelo “nocaute” que não esperávamos receber.
Por outro lado, é interessante reconhecermos que a vida nos conduz por terrenos montanhosos, que também podem revelar belas paisagens. Como cita Juan Antonio Rivera: “(…) ao se caminhar pelas asperezas dessa paisagem irregular e acidentada – é possível realizar descobrimentos, significa começar a nos livrar dessa concepção racionalista das coisas e começar a admitir que o curso dos acontecimentos futuros pode nos surpreender, e que nem todas as surpresas têm de ser desagradáveis”.
Além disso, alguns acontecimentos trazidos pelo acaso, só serão percebidos se tivermos compreendido que a vida gosta mesmo é de nos proporcionar surpresas, de nos mostrar que não temos quase nenhum domínio sobre os eventos e pessoas que cruzarão nosso caminho.
“O nome do maior dos inventores: acaso”.