Protetores que são membros do Conselho Municipal do Bem-Estar Animal e Adote Penha cobram providência da Prefeitura para que cães sejam recolhidos e encaminhados à adoção.
Uma situação muito triste está acontecendo no município de Penha. Na tarde de quarta-feira (4), uma mulher de 30 anos foi presa acusada de maus-tratos a animais. A prisão foi realizada pela Polícia Militar após a repercussão de um vídeo que circulou nas redes sociais, mostrando dois cães quase sendo enforcados em uma corda curta que os prendia à porta, em uma residência que ela invadiu na Rua Bom Futuro, no bairro Armação de Itapocoroy.
Vídeo mostra os dois cães presos pelo pescoço em uma corda curta.
De acordo com a PM, os cães não conseguiam colocar suas patas dianteiras no chão, estando prestes a morrerem por falta de ar. Ela foi encaminhada à Central de Plantão Policial, mas apesar de a acusada ser reincidente – já havia sido presa em flagrante delito no ano de 2020 no município de Balneário Piçarras – ela já está solta.
Apesar de apenas dois cães terem sido flagrados em situação de maus tratos naquele momento, há denúncias de que os outros dez cães da mulher seriam também vítimas de maus tratos.
Protetores cobram providência
De acordo com a protetora Emanoelly do Adote Penha, a preocupação é a volta dos 12 cães que estão sob tutela da acusada para ela, pois já não é de hoje que elas denunciam a situação. “A gente vem há mais de um ano ajudando os animais dela com ração, vacina, remédios, internação, um que estava em estado grave chegou a custar 900 reais, e ainda muitos cachorros morreram atropelados. Sempre fazemos rifas, bazares para arcar com essas despesas. Mas como o Programa Bem-Estar Animal de Penha está funcionando, a gente começou a cobrar da prefeitura a vacinação, o recolhimento, a averiguação de denúncias. Estamos há quatro meses lutando para algo ser feito, inclusive, conseguimos que a prefeitura fizesse a castração e a microchipagem desses animais, mas os cães retornaram para ela”, criticou a protetora.
Protetores há mais de um ano denunciam a situação.
A protetora ainda informa que o foco do ocorrido foi desviado e que o argumento de vulnerabilidade não condiz com a realidade. “Ela não é moradora de rua, ela tem casa em Balneário Piçarras, ela tem família, um filho foi retirado dela por ela ter queimado a criança. Se ela tem problema de saúde, então que ela seja recolhida e tratada. Agora não pode usar essa condição e dizer que o município de Penha atendeu os cachorros e está fazendo um bom serviço, porque não está. Hoje são esses cachorros, amanhã ela pode pegar mais”, ressaltou.
Falta verba, efetivo e boa vontade
No momento em que a jornalista do Jornal nos Bairros estava em contato com a protetora, ela recebeu o pedido de ajuda de outra protetora para um gato em sofrimento no município de Penha. Segundo Emanoelly, o resgate da prefeitura foi acionado, no entanto, até fechamento da redação, o animal não havia sido recolhido – voluntários teriam que, novamente, encaminhar o animal a uma clínica particular.
“Existe sim agora o Programa Bem-Estar Animal em Penha. O contrato que eles fizeram é muito bom, a idéia é muito boa, se pegar para ler é bom, mas averba é pouca, a empresa contratada não tem o comprometimento ou o efetivo devido para acompanhar os resgates. Infelizmente, estamos tendo problemas. E lá vai nós, protetoras, novamente, no sol, vender rifa, fazer bazar, e ainda escutar muitos reclamando”, concluiu.