O Benjamin Guimarães é um barco a vapor construído em 1913, nos Estados Unidos, sendo o último exemplar em operação no mundo.
Um marco para a indústria naval de Navegantes. O Estaleiro INC – Indústria Naval Catarinense foi o responsável pelo restauro completo do Vapor Benjamim Guimarães, o último exemplar em operação no mundo de sua categoria. A cerimônia de reinauguração da embarcação, que é patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais, ocorreu no dia 1º de junho, na cidade de Pirapora, com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A embarcação, construída em 1913, foi restaurada por meio de um projeto de R$ 5,3 milhões incluído no Novo PAC, dentro do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias dos Rios São Francisco e Parnaíba.
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“O vapor é um símbolo da cidade e patrimônio de Minas Gerais. Por anos ficou abandonado nas margens do São Francisco, enquanto assistíamos a sua triste deterioração”, ressaltou o ministro.
“A reconstrução do Benjamim Guimarães foi um desafio técnico e um compromisso com a preservação da memória naval brasileira”, publicou o estaleiro navegantino.
Barco a vapor construído em 1913
O Benjamin Guimarães é um barco a vapor construído em 1913, pelo estaleiro James Rees & Sons, nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil para servir à Amazon River Plate Company, no Rio Amazonas. Durante a década de 1920, ele foi levado ao rio São Francisco para transporte de passageiros e cargas entre Pirapora e Juazeiro. A partir da década de 1980, promovia passeios turísticos. O Benjamin Guimarães foi tombado como patrimônio histórico em 1985. Em 2014, foi desativado.
Sua restauração foi iniciada em 2020, mas o projeto foi paralisado, deixando o patrimônio em risco às margens do rio São Francisco. As obras de restauração, realizadas pela Eletrobras, tiveram início em setembro de 2024. A embarcação é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG) e símbolo da navegação do Rio São Francisco.
ADAPTAÇÃO
Além de resgatar um patrimônio histórico, a obra contribui para a gestão hídrica da região, permitindo maior flexibilidade na operação do reservatório de Três Marias e reduzindo as restrições de vazões máximas nas áreas abaixo das usinas hidrelétricas.
Para proteger a embarcação enquanto a restauração não era realizada, foi necessário reduzir o fluxo de 4.000 m³/s para 3.000 m³/s na Usina Hidrelétrica de Três Marias, o que restringiu a geração de energia no período. Agora, haverá ampliação da flexibilidade da operação nos reservatórios sem prejudicar o uso dos recursos hídricos.

A nova caldeira do vapor atinge 12 km/h vapor e tem capacidade para 140 passageiros. O Benjamim Guimarães tem 43,85 metros de comprimento, 7,96 de largura e peso descarregado de 243 toneladas.
Para a diretora Fernanda Ayres, a restauração do Benjamim Guimarães representa um importante avanço tanto para a preservação do patrimônio histórico quanto para a segurança hídrica da região. “Além de garantir que esse patrimônio histórico seja preservado para as futuras gerações, a obra contribuirá diretamente para a gestão das vazões do São Francisco, beneficiando o equilíbrio hídrico e as comunidades que dependem desse rio”, destacou.
Sobre o estaleiro de Navegantes
Instalada no bairro Volta Grande, em Navegantes, a INC se dedica à construção e reforma de embarcações, abrangendo desde rebocadores, barcos pesqueiros, barcos-fábrica e catamarãs de passageiros, até navios de médio porte.

A empresa iniciou o ano de 2024 com grandes projetos: lançou o rebocador multipurpose Inter XVIII, totalmente projetado e desenvolvido no estaleiro catarinense, e está na etapa final da construção do Catamarã – Barco Escola “Peixe Dourado”, inteiramente feito em alumínio.
Além da construção, destaca-se na revitalização e retrofit, garantindo a longevidade e segurança das embarcações.
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