Itajaí celebra os 150 anos da imigração italiana

Será inaugurado um monumento, na Praça Almirante Tamandaré, em referência aos que chegaram ao Brasil em busca de uma nova vida.

Itajaí irá celebrar os 150 anos da imigração italiana com a inauguração de um monumento na Praça Almirante Tamandaré, localizada ao lado do antigo prédio da inspetoria dos portos no centro da cidade. A obra “A Chegada – L’arrivo” será entregue em cerimônia marcada para às 11h de sexta-feira (6) e contará com a presença da representante oficial do governo da Itália para os estados do Paraná e Santa Catarina, a Cônsul Eugênia Tiziana Berti.

A representante será recepcionada já na entrada da cidade por uma equipe de segurança designada pela Secretaria Municipal de Segurança Pública. A recepção oficial ficará a cargo do prefeito Robison Coelho, do vice-prefeito Rubens Angioletti, do secretário de Turismo Ronaldo Jansson Jr., do secretário de Segurança Pública Ettore Stenghele, além de secretários municipais, superintendentes, vereadores, autoridades estaduais e representantes da imprensa.

Italianos aportaram em Cabeçudas

“Esse é um momento de lembrança, daqueles pioneiros italianos que aportaram em Cabeçudas, participaram da primeira missa na hoje Praça do Relógio na Fazenda, e seguiram para colonizar o Vale do Itajaí. A inauguração desse monumento tem um simbolismo muito forte, e temos que coroar esse momento especial. É uma honra que estamos tendo em inaugurar esse monumento. É um momento especial para todos nós”, enfatiza o secretário municipal de Turismo e Eventos, Ronaldo Jansson Jr.

Durante a cerimônia, serão executados o Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Itália. O protocolo oficial inclui discurso de boas-vindas do prefeito Robison Coelho, que fará a entrega de uma placa comemorativa à convidada internacional. O vice-prefeito irá entregar flores à representante e fará uma breve saudação. As atividades têm como objetivo celebrar a história e as tradições que moldaram a identidade cultural de Itajaí, destacando a contribuição da imigração italiana para o desenvolvimento do município.

A programação cultural inclui apresentações de um coral que irá interpretar canções em italiano, acompanhado por violino, além de dança folclórica típica. Representantes das famílias italianas mais antigas da cidade estarão presentes. Elas irão receber das autoridades presentes simbólicos alusivos à comemoração.

Após o encerramento da solenidade, a comitiva italiana e alguns convidados serão recebidos para um almoço de confraternização promovido pela Secretaria Municipal de Turismo.

Sobre a obra

A escultura “A Chegada – L’arrivo” é uma obra autoral do artista plástico Walmir Binhotti, autodidata que iniciou a trajetória artística aos 13 anos. Com forte atuação na arte sacra, possui obras em igrejas de todo o país e participou de exposições em países como Itália, França, Espanha, Portugal, Áustria, Índia e Argentina. Ao longo de sua carreira, recebeu prêmios em bienais internacionais e é membro da Mondial Art Academia, da França.

Estruturada com ferro galvanizado e modelada com uma mistura de cimento branco estrutural e pó de mármore, a peça é uma expressão simbólica dos que chegaram ao Brasil em busca de uma nova vida.

O trabalho foi iniciado em 1º de abril e, desde então, o artista se dedica diariamente à obra. A escultura foi levada ao local de instalação na última sexta-feira, dia 30 de maio, onde Binhotti dará continuidade aos ajustes e acabamentos.

O trabalho contou com o envolvimento da Superintendência das Fundações de Itajaí, Fundação Cultural, Fundação Genésio Miranda Lins, Secretaria de Turismo e Secretaria de Obras. Além disso, a cerimônia de inauguração faz parte da programação do aniversário de Itajaí, que traz vários eventos durante todo o mês de junho.

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Sobre os italianos em Itajaí

O professor e historiador Edison D’Avila descreve que, em fins de dezembro de 1874, vinte e sete famílias de agricultores da região de Trento, no norte da Itália, embarcaram no porto de Trieste rumo ao Brasil. Depois de 36 dias de viagem de navio, chegaram a Itajaí. Ao desembarcar, essas famílias foram abrigadas no galpão dos imigrantes, na Barra do Rio.

Depois, em grupos e em canoas, subiram o rio até a Colônia Blumenau, e dali, por fim, até os lotes coloniais nas margens do rio dos Cedros, afluente do rio Benedito, que por sua vez é afluente do rio Itajaí-Açu, fundando o que é hoje a cidade de Rio dos Cedros.

Muitos descendentes daqueles primeiros imigrantes e das levas seguintes se espalharam, depois, por todo o Vale do Itajaí, inclusive em Itajaí, como atestam os sobrenomes de atuais moradores daqui: Rodi, Molleri, Berti, Bona, Busarello, Campestrini, Bertoldi, Perini, Slomp, Zatelli, Demarchi, Marchetti, Piazzera, Lenzi, Sandri, Picolli, Pradi, Adami, Baldo, Fronza, Moser, Tomelin, Trevisani, Morastoni, Bellini, Chiarelli, Gardini, Gazaniga, Gervasi (Gervásio), Lana, Vignoli (Vinholi), Ardigó, Bonetti, Fachini, Dalmolin, Finardi, Deolla, Romagnani, Zambonetti, Zermiani, Barbi, Bianchini, Carezia, Cecatto, Colsani, Cristofolini, Dal Ri, Lazzaris, Maestri, Nolli, Pedrini, Polli, Rampelotti, Razzini, Ronchi, Silvestri, Dalçóquio (Dal Zocchio), Testoni, Tomio, Tramontin, Uller, Zen, Dallago, Fiorenzano e tantos outros.

Santa Paulina

Madre Paulina estava entre as primeiras famílias italianas que chegaram a Itajaí.

“Por fim, cabe lembrar que, dentre aqueles imigrantes italianos de 1875, desembarcou também em Itajaí uma coloninha de dez anos, que seguiu com os pais para o alto Tijucas, agora Nova Trento, chamada de Amábile Visentainer, que depois seria a iluminada Madre Paulina ou Santa Paulina”, completa o historiador.

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