Sobre o Pastor desde o nascimento e o cara que era só sorriso

ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL DE SANTA CATARINA – SECCIONAL NAVEGANTES
Acadêmico: Jornalista Fernando Cardoso de Souza, cadeira n. 4
Assim como eu, vocês também devem fazer parte de algum grupo de WhatsApp com pessoas diversas, com assuntos em comum, que adoram dar opinião sobre tudo ou dar lição de moral, como se fossem bons exemplos a serem seguidos.
Nesses grupos, há de tudo, os religiosos, os entendidos em política, os radicais, os justiceiros, os engraçadinhos, os que raramente se manifestam e os que adoram ver o circo pegar fogo, ficam ali só para jogar algum tema e ver a confusão do dia.
Alguns são tão bons em seus discursos de “solução para tudo” ou de “moralistas” que chegam a ganhar apoio e aliados dentro desses grupos, mas como diz o ditado: um dia a máscara cai.
Em um dos grupos que participo, por exemplo, tem cidadão que já foi acusado de assédio e de aliciar menor a caminho da escola, mas a frase preferida dele é “Deus, pátria e família”. Que fique bem claro que não estou generalizando e nem dizendo que não se deve seguir esse slogan, porém, na boca de alguns, isso me soa como deboche.
Recentemente, neste mesmo grupo, dois participantes que adoravam dar opinião sobre os mais diversos assuntos e influenciar pessoas com seus “bons exemplos” foram presos, um por estupro de vulnerável e outro por estelionato.
Um se diz pastor desde o nascimento, entretanto, ao invés de ficar cuidando de sua congregação e não misturar política com religião, adorava puxar o saco de políticos e falar “em nome de Deus” para conseguir votos para os seus candidatos. Até que veio a denúncia de uma enteada, menor de idade, constatando o assédio e abusos do “bom pastor”. Graças a Deus, literalmente, ele escapou de um linchamento dos vizinhos, mas agora está preso, sem celular (eu espero) e com bastante tempo pra ler a bíblia e repensar nas suas verdades.
Todavia, os políticos que ele tanto idolatrava será que retribuíram “a amizade” e foram dar aquela força ao amigo que se diz inocente e injustiçado ou preferiram apagar as postagens e as fotos de suas redes sociais, fingindo que nem o conheciam? Vida que segue…
Já o outro, com nome de Daniel, era só sorriso. Usava seu carisma para dar uma de repórter, jornalista, comunicador, influencer e se achava tão popular que até se lançou candidato a vereador, na última eleição. No começo só mostrava os problemas da cidade para ser notado, até que mudou de lado e passou só a elogiar e defender seus apoiadores.
Seu sorriso era um cartão de visitas e, com ele, conseguiu se dar bem como corretor de imóveis, até que o dinheiro falou mais alto e seu caráter foi colocado à prova, não resistindo à tentação e lesando dezenas de pessoas que caíram no seu papo de bom moço. Esse também está preso e sem celular para poder nos influenciar com suas opiniões e comentários que mudam o mundo (risos).
Como diz a música do Toni Garrido, do Cidade Negra: “a nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa a janela de nossas casas, não”.
E assim seguimos com nossos grupos de WhatsApp, nos informando, nos fazendo rir e, por muitas vezes, nos indignando com a cara de pau de certos lobos em pele de cordeiro.
É só um desabafo, que até tentei segurar, mas saiu da cabeça e virou texto.
O pastorzinho… o Deus que ele tanto idolatrava, será que foi ‘dar aquela força’ na cadeia e retribuir a dedicação e tantas ovelhas que ele conquistou para o céu?! Kkkkkkkkk