O Horto Florestal de Navegantes

O Horto Florestal de Navegantes   

Quem passa em frente ao Fórum de Navegantes, talvez não saiba que antigamente existia ali um horto florestal. O espaço foi criado na década de 1980, com objetivo de arborizar a cidade e preservar as áreas de restinga. Desativado há mais de dez anos para instalação do novo fórum, o Horto Florestal de Navegantes foi um espaço de preservação da biodiversidade e na promoção de um futuro mais verde e sustentável.

A história do horto começa assim que é criada a Secretaria de Agricultura e Pesca de Navegantes, em 1989. No ano seguinte, o terreno onde está situado hoje o Fórum Desembargador Wilson Eder Graf, um antigo banhado, foi capinado e terraplanado para receber o horto. O trabalho durou três anos.

Em 1993, com a ajuda da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o horto começou a funcionar. O espaço ganhou casas de tela, estufas, áreas de compostagem, sistemas de irrigação e outras instalações necessárias para a produção de mudas.

Nos anos 2000, o horto continuou em expansão. Para fornecer verduras e legumes para a merenda das escolas municipais, a horta também foi ampliada. Do espaço total, pelo menos 60% era destinado à horta. Além da produção de verduras e legumes, mudas de plantas e árvores frutíferas eram doadas para a comunidade todas as sextas-feiras.

Espaço produzia verduras e legumes para a merenda escolar. Arquivo PMN

Ainda nos anos 2000, o horto recebeu o nome de Fernando D’Ávila Vieira, homenagem a um antigo morador de Navegantes, que segundo o filho, o ex-secretário de Agricultura de Navegantes, Fabiano D’Ávila Vieira, tinha o dom do plantio.

— O meu pai era considerado o homem da mão verde, onde botava a mão, tudo florava. Ele tinha o dom com plantas e ervas. Eu tive muito orgulho de receber o horto com o nome do meu pai — recorda Fabiano.

O Horto Florestal de Navegantes recebia visitas de estudantes e idosos, que conheciam na prática técnicas de cultivo e noções de educação ambiental. No local, também funcionava o projeto “Plantando o Futuro”, idealizado pelas secretarias municipais de Bem-Estar Social, Agricultura, Educação e com apoio da Polícia Militar.

Criançada aprendia na prática a cultivar a terra. Arquivo: PMN

O projeto desenvolvido no horto florestal era voltado para adolescentes entre 14 a 17 anos, que durante o período contrário de aula aprendiam a cultivar a terra. Além do aprendizado de técnicas agrícolas, os adolescentes recebiam reforço escolar, orientação de prevenção às drogas, práticas esportivas e ainda ganhavam uma cesta básica como incentivo para ajudar no sustento de suas famílias.

— O horto surgiu logo após a criação oficial da Secretaria de Agricultura e Pesca de Navegantes, que foi em 1989. Houve também a necessidade de nós temos um horto florestal. A gente formou um horto muito modesto naquela área onde hoje é o Fórum. Em 1993, começou a ser um horto frondoso. A Cidasc contribuiu com mudas e sementes. A própria Epagri ajudou com os técnicos que aqui passaram — explica o ex-secretário de Agricultura de Navegantes.

Segundo Fabiano, os primeiros anos do horto foram de muito trabalho.

— Eu fui responsável em capinar a área junto com os funcionários da Secretaria de Obras, terraplanar e implementar o solo. Ali era tudo um banhado. Eu tenho a honra de dizer que braçalmente levantei cada casa de tela, sem horário para acabar e inclusive trabalhando sábado e domingo. Os dois primeiros anos foram anos de luta, foi pegado, irmão — lembra. 

O Horto Florestal de Navegantes foi criado para arborizar a cidade e proteger as restingas. Arquivo PMN

Ele lamenta o fim do horto e a falta de vontade política para tirar novamente o projeto do papel.

— O horto ficou ali durante 15 anos. Depois foi retirado para dar origem ao prédio do Fórum. O horto passou fases muito boas e também fases muito esquecidas para alguns gestores. O horto está no papel até hoje para ser refeito, mas não vejo empenho por parte dos secretários que assumiram as pastas nestas últimas três gestões. Não tem interesse porque gera demanda de custos e a prefeitura, de repente, não vê isso como a principal aplicação do seu dinheiro até porque isso não gera voto — desabafa.

<pre id="tw-target-text" class="tw-data-text tw-text-large tw-ta" dir="ltr" data-placeholder="Tradução"><strong><span class="Y2IQFc" lang="pt"> ATENÇÃO: Você não pode copiar o conteúdo </span></strong><span class="Y2IQFc" lang="pt">Direitos reservados ao Jornal nos Bairros</span></pre>