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A OBRA DE ARTE FEITA EM NAVEGANTES QUE BRILHOU EM NOVA IORQUE

Frank Stella supervisionou a montagem das esculturas. Crédito: MIT

Em 2007, o estaleiro Catarina Yachts recebeu uma encomenda inusitada. Não se tratava de um iate de luxo ou outra embarcação. O cliente pediu peças de aço inoxidável com fibra de carbono para montar uma escultura. A obra de arte seria exibida em um dos maiores museus do planeta, o Metropolitan Museum of Art (MIT), de Nova Iorque. A coluna “Outros quinhentos” conta como uma obra de arte feita em um estaleiro de Navegantes fez sucesso em Nova Iorque.

 Escultura gigante foi feita em Navegantes e montada em Nova Iorque. Crédito: MIT 

O estaleiro Catarina Yachts foi inaugurado em 2005 e desde então sempre recebia encomendas de iates de luxo. Tudo seguia normalmente até chegar o pedido de um cliente para a produção de aproximadamente três toneladas de peças de aço com fibra de carbono, a um custo de mais de R$ 1 milhão. O pedido curioso foi feito pelo renomado pintor e escultor norte-americano, Frank Stella. Ele foi precursor da arte minimalista nos Estados Unidos.

Peças de aço com cerca de 3 toneladas foram içadas por um guindaste. Crédito: MIT 

 Depois de alguns meses, as peças ficaram prontas, conforme solicitou o escultor norte-americano. A estrutura foi transportada de navio pelo recém-inaugurado Porto de Navegantes. Todas as peças foram levadas separadamente e montadas no Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque. O MIT é um dos dez museus mais visitados do mundo, com um público estimado em 6 milhões de visitantes por ano. Um funcionário do estaleiro de Navegantes viajou para os Estados Unidos para ajudar na montagem.

 Funcionários, incluindo um de Navegantes, ajudaram a soldar as peças de aço. Crédito: MIT 

Além do navegantino, funcionários de Stella também ajudaram a montar a obra de arte. As peças foram içadas por um guindaste ao topo do MIT. Eles trabalharam na soldagem e aparafusamento das peças de aço inoxidável com fibra de carbono. Após 11 dias de preparativos, foram montadas uma escultura gigantesca intitulada “Pavilhão Chinês” e mais quatro esculturas menores.

A exposição “Frank Stella on the Roof” (Frank Stella no telhado, tradução livre) estreou no MIT no dia 1° de maio de 2007. Durante quase cinco meses, a escultura feita em Navegantes, simbolizando um pavilhão chinês, foi um sucesso no Metropolitan Museum de Nova Iorque, atraindo milhares de visitantes.

Quem foi Frank Stella?

Frank Stella nasceu em 1936 no subúrbio da cidade de Malden, no estado de Massachusetts. Ele cresceu cercado pelas pinturas de sua mãe e ajudava o pai pintando superfícies ao redor da casa. Ainda adolescente frequentou a Phillips Academy em Andover. Mais tarde ele se formou em história na Universidade de Princeton.

Frank Stella em 2007 no MIT. Ele foi precursor da arte minimalista nos Estados Unidos. Crédito: MIT 

 Em 1958, com apenas 22 anos, Stella conquistou o mundo da arte com suas “Black Paintings”, que eram telas escuras e monocromáticas que mostravam figuras geométricas. Suas obras podem ser encontradas em coleções de instituições de todo o mundo, entre elas o Art Institute of Chicago; a Galeria Nacional de Arte, em Washington; Tate Gallery, em Londres e Kunstmuseum Basel, em Basileia.

Com uma carreira de mais de 60 anos, Frank Stella morreu em sua casa em Nova Iorque no dia 4 de maio de 2024, um sábado, aos 87 anos, após batalha contra um linfoma. Durante sua vida, Stella reorientou o panorama artístico norte-americano, deixando um legado de pioneirismo. O escultor visitou o Brasil em 1989, durante a Bienal de São Paulo.


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