A BR 102 está em fase inicial de estudos, mas medida é urgente para desafogar o trânsito no litoral catarinense.
Diante do colapso iminente da BR-101, está sendo lançanda uma campanha para reunir assinaturas e reforçar a urgência da implementação da BR-102 em Santa Catarina, um novo corredor litorâneo. A ideia é que a nova rodovia, paralela à 101, seja construída no trecho entre Joinville e o acesso ao contorno da Grande Florianópolis, em Biguaçu.
A mobilização “SC Não Pode Parar! BR-102 já!”, encabeçada pelo deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD), está disponível para adesão no site “Petição Pública” e busca pressionar os governos federal e estadual a priorizar o projeto da nova BR, ainda em fase inicial de estudos.
Napoleão defende que a construção da rodovia, apesar de sua complexidade, seria a solução mais efetiva para reverter a saturação da BR-101. “A construção da BR-102 é uma demanda urgente para garantir a segurança das famílias catarinenses, além do estímulo à economia, já que hoje a BR-101 é responsável por 68% do escoamento do PIB do nosso estado. Essa nova rodovia é a alternativa mais eficaz e estruturante para a mobilidade catarinense”.
Segundo o deputado, após a coleta do maior número possível de assinaturas, a petição com o pedido de providências será entregue a diversos órgãos, entre os quais o Ministério dos Transportes, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade.
Como participar da mobilização?
Para aderir à campanha, o cidadão deve acessar o site https://peticaopublica.com.br/, procurar por “BR-102” na barra de pesquisa, clicar em “Assine este abaixo-assinado”, inserir seus dados e efetivar a participação em “Assinar abaixo-assinado”. O interessado pode também clicar neste link https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR141113, que o levará diretamente para a página da mobilização.
Caos da BR 101
Com seus mais de 460 km de extensão, a BR-101 é hoje o principal corredor litorâneo de Santa Catarina, abrigando um complexo portuário estratégico para o país e funcionando também como rota obrigatória para os destinos turísticos mais procurados do Brasil. Alternativas para desafogar o fluxo na região são discutidas há mais de uma década, sem que se tenha qualquer avanço significativo.
Enquanto isso, a BR-101 registra o maior índice de acidentes entre as principais rodovias federais do Brasil. Em 2023, foram mais de 4 mil ocorrências no trecho catarinense, resultando em cerca de 4,3 mil feridos e 116 mortes.
Além das tragédias pessoais, os constantes congestionamentos na BR-101 trazem impactos significativos para a economia estadual. De acordo com a Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc), o setor acumula prejuízos anuais de R$ 1 bilhão por conta da baixa fluidez do trânsito. A entidade aponta ainda que o trecho Norte possui os menores níveis de serviço da rodovia, ou seja, as piores avaliações de fluxo, com 80% a 100% de chance de o motorista se atrasar na sua viagem.
Atualmente, há diversos pontos de gargalo. As cidades de Joinville, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema registram engarrafamentos diários e não existe rota de circulação alternativa. Na volta do Réveillon deste ano, por exemplo, a BR-101 registrou cerca de 80 km de filas, com trechos parados de Garuva até Imbituba. Em abril, deslizamentos de terra no Morro dos Cavalos, em Palhoça, deixaram o trânsito interrompido por mais de 50 horas. Na ocasião, famílias ficaram nas filas sem acesso a comida, água e qualquer opção de escape.
“A implantação de uma via alternativa à BR-101 é mais do que uma necessidade, é uma obrigação. Quem trafega pela rodovia, sabe que ela atingiu o limite da sua capacidade operacional, que ela está colapsada e que representa um atraso à economia e à vida das pessoas. Precisamos reverter esse quadro e esperamos que haja espírito republicano na relação entre os governos federal e estadual, porque essa responsabilidade deve ser compartilhada”, destaca Napoleão.
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