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COLAPSO DA BR 101 GERA PROTESTO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Santa Catarina tem o trecho com maior índice de acidentes e feridos do país.

Em uma intervenção contundente na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD) destacou a urgência de medidas concretas diante do iminente colapso na BR-101.

Principal corredor litorâneo catarinense, com mais de 460 quilômetros, a BR-101 é vital para a economia do país, abrigando um complexo portuário estratégico e sendo rota obrigatória para os destinos turísticos mais procurados do Brasil. A rodovia é responsável por escoar 68% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina, movimentando mais de US$ 38 bilhões em exportações e importações, de acordo com dados da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc).

Napoleão reforçou, contudo, que apesar dessa relevância, a atual situação da rodovia é alarmante: ”Além dos impactos econômicos significativos, temos uma situação ainda mais complexa quando falamos da segurança de quem trafega pela rodovia. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que somente em 2023 foram mais de 4 mil acidentes no trecho da rodovia que corta Santa Catarina, além dos 4,3 mil feridos e 116 mortos. Temos o trecho com maior índice de acidentes e feridos do país, com dezenas de vidas perdidas e famílias em luto”, relatou Napoleão.

O parlamentar criticou a inércia do governo federal diante da gravidade da situação, destacando a falta de investimentos e de ações efetivas para resolver os problemas na BR-101. “Não podemos mais adiar medidas urgentes. Estamos à beira de um colapso que afetará não apenas o tráfego, mas também a economia e a segurança de nossa região”, afirmou.

Além dos trechos onde a PRF registra os maiores gargalos, como na Grande Florianópolis – que atravessa São José e Palhoça – e em Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes e Joinville, a circulação da rodovia também é sensível a alterações no fluxo.

No início do ano, por exemplo, na volta do Réveillon, a BR-101 registrou mais de 30 km de filas, com trechos parados de Garuva até Imbituba. Durante o mês de abril, um incidente com deslizamentos de terra no Morro dos Cavalos, em Palhoça, deixou o trânsito interrompido por mais de 50 horas. Famílias ficaram nas filas sem acesso a comida e água e não havia rota alternativa para quem precisava cruzar o trecho.

O deputado também lamentou a falta de avanço em projetos que poderiam trazer alívio imediato para a situação, como as propostas feitas pela Fiesc para ampliação e qualificação da SC-108. A rodovia estadual atravessa Santa Catarina quase em sua totalidade e poderia servir de rota auxiliar tanto para deslocamento quanto para escoamento de cargas.

Outra solução apontada pelo parlamentar seria uma repactuação com a Arteris, empresa concessionária responsável pelo trecho norte da BR-101. Com a repactuação, seria possível incluir obras que aumentariam o fluxo da rodovia, ampliando, em troca, o prazo de concessão de 2032 para 2047. A possibilidade é discutida pelo governo federal, mas nada concreto foi anunciado até o momento.

Já a solução mais eficaz a longo prazo – e complexa – apontada por Napoleão é a chamada BR-102, um corredor litorâneo paralelo à BR-101, no trecho entre Joinville e o acesso ao Contorno da Grande Florianópolis. Apesar da responsabilidade federal, os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental já foram elaborados pelo Governo do Estado, que também licitou o projeto de quatro lotes em um trecho de 90km entre Joinville e Navegantes. Outros três lotes, entre Itajaí e o Contorno de Florianópolis, que somam outros R$ 54 km, precisam ser licitados.

Sem soluções planejadas e com a falta de perspectivas a curto prazo, o deputado exigiu ações concretas para ampliar a capacidade de fluxo na BR-101 e garantir a segurança dos usuários. “É hora de passar das palavras aos atos. A sociedade já fez sua parte, já sugeriu projetos, já indicou soluções possíveis e viáveis. Agora, cabe aos governos federal e estadual assumirem suas responsabilidades e evitarem que a BR-101 pare de uma vez”, concluiu o deputado.


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