COLUNA OPINIÃO – Por Daniele Lisandro
Há tempos não escrevo, me ausentei do jornal por um longo período, mas sempre com intenção de retornar aos assuntos que aguçam minha curiosidade e minha vontade de estudar e que provoquem no leitor, no mínimo, uma breve reflexão.
Todos os dias surgem inúmeras questões que podem ser trazidas a leitura, mas eu não suportaria ignorar aquela que pra mim tem sido a mais urgentes de todas a ser abordada: O massacre a Gaza, e ao povo palestino, pois esse “evento” assombroso tem me acossado.
É importante dizer que antes de escrever um simples texto, não escrevo ao acaso, nem por “magia”, escrevo sempre com base em vários outros textos, livros, pesquisas, aulas e afins, para só então formar alguma ideia e respaldo sobre o tema que resolvo trazer.
Dessa forma, e para compreender o que está em curso, é preciso abrir os olhos para além das notícias da grande mídia, e se debruçar sobre fatos históricos, compreender que a situação atual, não chegou nessa proporção catastrófica do “nada”.
Muito diferente do que a maioria das pessoas imaginam ou vieram “saber” o ataque do grupo Hamas no dia 07 de Outubro ao território palestino, não ocorreu num vácuo, nem foi o pontapé inicial ao massacre cometido por Israel;
Houve ao longo de muitos anos e ainda há, por parte do governo de Israel um projeto expansionista, de colonização e limpeza étnica dos palestinos, o episódio de 1948 a “Al Nakba” (Em 15 de maio de 1948, mais de 700.000 palestinos foram expulsos de sua terra natal e mais de 500 vilarejos palestinos foram destruídos) parece ressurgir com características ainda piores do que a primeira “Grande Catástrofe”;
É necessário entender que a situação atual, é na verdade a continuidade de muitos outros momentos tenebrosos que foram esquecidos ou ignorados pelo caminho, esquecidos juntamente com o povo que foi sofrendo os horrores perpetrados continuamente pelos seus colonizadores.
Desde 2007, a faixa de Gaza sofre um bloqueio imposto por Israel, sendo que a entrada de alimentos, água, medicamentos entre tantos outros itens para sobrevivência já estavam muito “aquém” do básico, situação que foi classificada pela ONU há muitos anos como uma “punição coletiva”, e que desde então resultou numa “crise humanitária”,
Cumpre salientar, que o bloqueio que já existia foi agravado drasticamente, e os palestinos que já sofriam toda ordem de desgraça, desde o dia 07 de Outubro passaram a ter que suportar a fome, a sede, os bombardeios, a perda de suas terras e de seus entes queridos.
Desde então nada tem sido poupado na onda de destruição, nem mesmo hospitais que jamais deveriam ser atacados, especialmente por serem locais onde as pessoas procuram ajuda para suas enfermidades, e que no caso também, serviam de abrigos para muitos daqueles que perderam suas casas.
Tudo se tornou alvo, com o álibi de que nos lugares atacados existem membros do Hamas, algo que na maioria das vezes não se comprova, ou é ardilosamente “comprovado”, para dar seguimento ade “limpeza” de um povo combalido pela dor.
Essa semana surgiu um acordo, entre Israel e Hamas, onde permitirá a pausa dos bombardeios em troca de alguns reféns, após isso, provavelmente, os bombardeios retornarão, e os palestinos continuarão a pagar o preço com suas vidas, ou com a vida de tantas milhares de crianças inocentes.
Talvez ao final, não sobre nada de Gaza, talvez, nenhum pedaço dos lugares que os palestinos costumavam frequentar, como muitos deles que já foram dizimados, talvez não sobre mais nada além de suas profundas dores na alma e na pele.
P.S : Esse texto esta abordando apenas a situação do povo palestino, s critica não é voltada ao povo judeu e sua história qie merece total respeito e lembrança.