A ex-miss Navegantes, Edicléia Correia Theodoro, foi brutalmente assassinada a facadas dentro de casa.
No último dia 29, completou 10 anos de um crime que chocou a cidade de Navegantes. A Miss Navegantes do ano de 2000, Edicleia Correia Theodoro, 32 anos, foi encontrada morta dentro de sua casa, com marcas de nove facadas. O autor do crime, o pedreiro Sandro Roberto Cigerza foi condenado em abril de 2015 a 23 anos e quatro meses de prisão pelo assassinato.
O caso teve muitas reviravoltas, desde o início da investigação, entre suposições de crime passional ou latrocínio até desdobramentos da justiça, com a primeira prisão do acusado em 2013, julgamento em primeira instância que o absolveu, recurso da família da vítima em segunda instância e a sua prisão definitiva em 2016.
“Sabe aquele dia que deveria ser retirado do calendário? Este dia é hoje! Faz 10 anos daquela notícia que abalaria nossa vida para sempre. Todos estes anos se passaram e a lembrança continua viva em nossos corações…é como uma ferida, que ameniza, mas nunca cicatriza. Você nunca será esquecida por aqueles que tiveram o prazer de conviver com você”, mensagem deixada no perfil na rede social em memória da ex-miss.
O crime
O crime ocorreu no dia 29 de janeiro de 2013, na residência da vítima, na Rua José Elias Palumbo, no centro de Navegantes. Na época, o marido contou à polícia que chegou em casa do trabalho, por volta das 17 horas, e encontrou Edicléia – que estava grávida de quatro meses – já sem vida, com várias facadas pelo corpo. Ela foi atingida com oito facadas no pescoço e no peito.
O crime foi elucidado pela Polícia Civil de Navegantes, que encontrou as facas utilizadas no crime na casa de Sandro. Ele tinha 24 anos na época e trabalhava como pedreiro. Sandro foi preso no dia 12 de março de 2013, em sua casa, próxima à da vítima.
Segundo a polícia, ele confessou a autoria do crime e relatou a forma como ocorreu. Ele entrou na residência da vítima por volta das 9h para furtar e, enquanto buscava objetos de valor, foi surpreendido por Edicléia. Para não ser reconhecido, ele a perseguiu e a matou com as duas facas. O crime foi tratado como latrocínio – roubo seguido de morte.
Julgamento
O crime foi julgado em Navegantes e o réu inocentado pela juíza Márcia Krischke Matzenbacher por insuficiência de provas, em novembro de 2013. O réu falou que só confessou o crime por ter sofrido tortura na delegacia e na prisão, onde aguardava o julgamento.
O advogado da família da vítima recorreu da sentença e conseguiu, em abril de 2015, a condenação em Florianópolis, pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Ele foi condenado a 23 anos e quatro meses de prisão, ainda podendo recorrer.
Só foi novamente preso em 24 de junho de 2016, quando o Superior Tribunal Federal disse que pessoas condenadas em segunda instância não poderiam mais aguardar o julgamento de outros recursos em liberdade, ele foi preso novamente.
Atualmente, o réu encontra-se em reclusão em regime fechado, no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí, com previsão de progressão em 2028.