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A FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

Nessa semana, uma notícia sobre maus-tratos contra um idoso de 77 anos revoltou os moradores de Navegantes. A denúncia foi registrada pela chefe de enfermagem do Hospital de Navegantes, quando um idoso deu entrada na pronto socorro com sinais de lesões corporais graves, o pé direito amputado e diversas feridas pelo corpo. Ao ser examinado, foi constatado que ele estava desidratado, sujo, cheio de feridas e com anemia profunda. O filho, que o acompanhava no hospital, foi preso por suspeita de abandono, omissão e maus tratos contra pessoa idosa.

Importante ressaltar que esse caso só veio à tona porque o idoso chegou ao hospital e pode ser flagrado por profissionais da saúde, que denunciaram os maus-tratos às autoridades competentes. Porém, quantos casos como esse ocorrem nos lares de idosos que sofrem violência doméstica e ninguém fica sabendo?

É muito mais comum serem noticiados casos de crianças violentadas e negligenciadas, porque além do órgão de proteção que é o Conselho Tutelar, ainda há uma rede que atua na defesa infanto-juvenil, principalmente as escolas, que estão dia a dia com os alunos e conseguem identificar se há algo errado acontecendo.

Mas o idoso, muitas vezes acamado, com demências e sequelas decorrentes de deficiências na saúde, fica refém dentro de casa, sofrendo calado, sem ninguém para testemunhar e aliviar o seu sofrimento.

É preciso frisar que em Navegantes existe o Conselho Municipal do Idoso, que tem atuação na execução e fiscalização de medidas que assegurem o exercício dos direitos do idoso. Além do Conselho, denúncias de maus-tratos podem ser denunciadas também no Ministério Público ou diretamente na Polícia Militar. Mesmo assim, a escassez de políticas públicas voltadas à prevenção da violência contra o idoso faz com que casos como esses só aumentem.  


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