Começaram nessa semana as aulas na rede estadual de ensino e, no município, os alunos retornam na próxima semana. Mas com o início do ano letivo 2022, uma preocupação vem à tona. Um levantamento realizado pelo “Todos pela Educação” mostra que, entre 2019 e 2021, aumentou 66,3% o total de crianças de 6 e 7 anos no Brasil que não sabem ler nem escrever. O número subiu de 1,4 milhão, em 2019, para 2,4 milhões, em 2021.
Segundo os dados, a pandemia reforçou a diferença de aprendizado entre as crianças que residem em áreas mais ricas (16,6% não sabem ler) na comparação com as que moram em regiões mais pobres do país (51%). Houve ainda crescimento das desigualdades entre as crianças brancas de 6 e 7 anos e as pretas e pardas. As pretas e pardas que não sabiam ler nem escrever passaram para 47%. Já entre as brancas o aumento foi para 35,1%.
Os dados reforçam o impacto da pandemia na educação, com o aumento do número de alunos fora da escola por abandono ou evasão, queda na aprendizagem e aumento das desigualdades no recorte raça e cor e condições econômicas.
O cenário, que já era o mais desejado em 2019, piorou na pandemia e agravou os desafios. O fechamento das escolas e a dificuldade no ensino remoto – porque nem todos têm acesso à internet, computadores ou celulares – prejudicou ainda mais pobres, pretos e pardos.
Os efeitos são graves e profundos. A não alfabetização em idade adequada traz prejuízos para aprendizagens futuras e aumenta os riscos de reprovação, abandono e até evasão escolar. As Secretarias de Educação precisarão oferecer um apoio muito bem estruturado à gestão escolar e aos professores, que já estão com imensos desafios. O desafio será de todos.