As detentas do Presídio Feminino de Florianópolis terão um grande estímulo para investir no hábito da leitura e da escrita. A Justiça catarinense aprovou o projeto “Caixa Postal: Ateliê de Leitura e Escrita”, apresentado pelo próprio presídio, que permitirá às mulheres a remição da pena.
A decisão que autorizou a iniciativa é da juíza Paula Botke e Silva, da Vara de Execuções Penais da Comarca da Capital. O projeto consiste na troca de cartas entre as mulheres detidas e as idealizadas da ação, por meio de uma ‘caixa postal’, que levará livros para o ambiente institucional.
Estas obras serão lidas e devolvidas, juntamente com a produção escrita das mulheres, com a interpretação da história, acrescida dos sentimentos e ideias que a leitura lhes proporcionou. Ou seja, é uma expansão do projeto “remição pela leitura”, no qual os apenados elaboram resenhas de obras, mas sem expressar opiniões ou sensações.
O instituto da remição permite reduzir o tempo de pena e proporciona qualificação pessoal e profissional. Na sentença, a magistrada lembrou que a leitura traz conhecimento, diminui a ociosidade, contribui para a readaptação do preso ao convívio, além de reduzir a reincidência criminal.
A juíza determinou que as cartas devolvidas pela apenadas não poderão ser lacradas e deverão passar pelo crivo da Administração Prisional, a fim de se averiguar eventual uso inadequado da via de comunicação. As proponentes do projeto Caixa Postal são Rosi Isabel Bergamaschi Chraim, Dilma Beatriz Rocha Juliano, Yara Maria Moreira de Faria Hornke e Márcia Cattoi Schmidt.