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AGRESSÃO FÍSICA E ASSASSINATO, QUEM ESTÁ SE PREOCUPANDO COM AS CRIANÇAS DE NAVEGANTES?

prisão em Navegantes

Na Sexta-feira (12), dois crimes de violência contra crianças chocaram o município de Navegantes. No primeiro, o Conselho Tutelar e a Polícia Militar foram acionados para atender uma denúncia de agressão física contra um menino de quatro anos. Ele foi resgatado com uma marca roxa no olho esquerdo. A irmã, de cinco anos, não tinha sinais de agressão, mas alegou que já foi agredida. Na residência, os pais foram encontrados embriagados e, no quarto das crianças, um forte odor de urina, além de falta de comida na geladeira. As crianças foram encaminhadas para o abrigo.

No segundo caso, ainda mais bárbaro, um bebê de apenas três meses de vida não resistiu às agressões cometidas pelo próprio pai, no bairro São Domingos. O pai foi preso em flagrante, acusado de assassinato. Os choros do bebê teriam sido o motivo da agressão.

Em meio à pandemia, essas crianças estão invisíveis aos olhos das autoridades e da sociedade. Em discursos de retorno ou não às aulas presenciais, o aumento da violência doméstica contra crianças não está sendo levado em consideração. É claro que o retorno seguro às aulas é fundamental – e todos estão envolvidos nessa temática (Judiciário, MP, Executivo, Legislativo, etc.) – mas quem está se preocupando com a segurança de meninos e meninas agredidos, diariamente, em seus lares, com agravo do isolamento social?

As escolas são os olhos do Conselho Tutelar. É no convívio diário entre professor e aluno que se sabe se a criança está bem, se ela está indo regularmente às aulas, se está sofrendo alguma negligência. E sem as aulas, esse acompanhamento não acontece. A criança fica sem voz. Uma vítima que sofre sem que ninguém saber, que só com sorte se algum vizinho denunciar, será retirada da situação de maus-tratos, enquanto ainda é tempo.

Por isso, na hora de avaliar a volta às aulas presenciais, autoridades, por favor, levem em consideração também essas crianças. Sociedade, que não fechemos nossos olhos para elas. Em qualquer desconfiança de maus-tratos, mesmo que não haja certeza, denuncie ao Conselho Tutelar (9 9657 9979) ou à Polícia Militar (190). O nome do denunciante é mantido em sigilo. Mas caso nos calemos, estaremos sendo cúmplices.


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