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Moisés critica cobertura da imprensa no caso dos respiradores: ‘exposição excessiva’

Governador de Santa Catarina mostrou incômodo com informações ‘precipitadas’ e disse que ‘o jornalismo tem que ser rediscutido’

Nesta sexta-feira (8), o governador Carlos Moisés da Silva criticou a cobertura da imprensa durante o caso dos 200 respiradores comprados pelo Estado. Sem citar um veículo ou jornalista, Moisés disse que houve uma “exposição excessiva” na divulgação de possíveis responsáveis. Disse ainda que “o jornalismo tem que ser rediscutido”.

O governador mostrou incômodo com o que chamou de “precipitações”. Ele defendeu a necessidade de apurar o caso a fundo e esclarecer se houve ou não algum culpado e aí sim haver o julgamento. 

“Eu particularmente acho que há uma exposição excessiva de casos que levam a julgamento popular e daqui a um tempo nós vamos ver se há prejuízo ao erário público, quem provocou, e aí sim vão ser apontadas as pessoas que de fato agiram. Eu não tenho nenhuma dúvida de que há precipitações”, disse. 

A declaração foi dada em entrevista coletiva na noite desta sexta, na sede da Defesa Civil, em Florianópolis.

“Há precipitações e eu penso que o bom jornalismo não deve ser executado dessa forma. Algumas ações são desserviço à comunicação e ao bom jornalismo”, afirmou. 

“O jornalismo que nós estamos praticando hoje tem que ser rediscutido e como obviamente todo jornalismo sobrevive da venda, de publicidade, eles têm legitimidade para discutir o jornalismo brasileiro, com isenção e impessoalidade”, acrescentou. 

Sindicância

O governador disse que as duas sindicâncias abertas para fiscalizar as compras do Estado durante a pandemia estão em andamento e sem resultados preliminares. Segundo ele, elas vão “verificar irregularidades, sem pré-julgamento, nem pré-juízo de pessoas ou atos para verificarmos se há falhas de forma a corrigi-las para que elas não se repitam”, disse. 

“Tenho a certeza da parcimônia da investigação, de que ela é imparcial, de fatos, de dados, de documentos, e ouvir as pessoas com calma […] dando direito de resposta, direito de se defender sem fazer manifestações públicas sobre elas”, acrescentou.

Moisés voltou a comparar o caso dos respiradores com o episódio da Escola Base, em São Paulo. O fato aconteceu em 1994 e ficou famoso por denúncias de escândalo sexual envolvendo crianças, e que depois provou-se mentira. Apesar da verdade, a reputação dos donos da escola nunca foi retomada e resultou em processos contra o poder público e contra veículos de imprensa por danos morais. 


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