A baixa taxa de ocupação de leitos de UTI foi um dos principais motivos que levou o governo do Estado a liberar novas atividades econômicas em Santa Catarina. Com a evolução controlada do número de casos graves, o Executivo teve sinal verde para acelerar as autorizações de funcionamento.
Atualmente, a taxa de ocupação de leitos de UTI do SUS reservados para Covid-19 é de 16,2%. São 62 pacientes em terapia intensiva, soma de 31 confirmados e 31 suspeitos, e 381 leitos disponíveis. O Estado tem ainda outros 40 pacientes que estão internados em UTI em unidade privadas.
A situação é bem diferente na comparação com outros estados. No Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco, a taxa ultrapassou 90%. No Rio Grande do Sul, São Paulo, Amapá e Rio de Janeiro o índice já superou 50% e ligou o alerta das autoridades.
O governo vai monitorar a presença de infectados nos leitos reservados. Caso o número tenha aumento importante, a Secretaria de Saúde prevê o acionamentos dos leitos tradicionais – que somam 713 unidades – e a compra de leitos na rede privada e instalação de hospitais de campanha, cuja licitação está em andamento.
A leitura do Estado é de que há uma boa margem de estrutura hospitalar que permite uma saída mais brusca da quarentena. Nos últimos sete dias, o governo fez uma série de liberações: igrejas, templos, shoppings, academias, áreas de lazer. Algumas dessas atividades tinham autorização inicial prevista apenas para junho, mas o governo antecipou.
“A taxa de ocupação hoje é de 16,2%. Uma coisa que é importante levar para as pessoas é que estamos ocupando leitos SUS dentre aqueles novos criados para Covid-19. Nós ainda temos os leitos que já estavam disponíveis no início da crise”, disse o secretário de Estado, Helton de Souza Zeferino.
“Hoje nós temos a possibilidade de trabalharmos apenas com leitos novos e taxa de ocupação. Em progredindo [a doença], nós teremos mais leitos novos além daqueles que já existem. Todos eles vão ser mobilizados para o enfrentamento”, afirmou.
Para o governador Carlos Moisés da Silva, o índice mostra como as medidas de restrição foram assertivas. “Se nós não tivéssemos feito nenhuma medida restritiva, certamente os números não seriam esses. Assim que nós detectamos a transmissão comunitária, nós restringimos as atividades. Isto nos deu tempo”, disse.
Apesar da abertura, o governo diz que a velocidade de avanço da doença precisa ser compatível com a estrutura hospitalar. Se a curva de casos crescer de forma desproporcional à criação de novas vagas, o Executivo cogita recrudescer as liberações.
Um exemplo da preocupação é a continuidade da suspensão para os transportes coletivos. A opinião do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes) é de que a atividade é um vetor de contaminação em massa e, por enquanto, segue sem previsão de retorno.