O aniversário de dois anos do instituto Caracol de Navegantes foi comemorado, no último sábado (11), com um encontro cultural. Na ocasião, foi lançado o livro As lembranças não morrem: Histórias do Comitê Catarinense Pró-Memória de Mortos e Desaparecidos Poéticos, da jornalista Louise Benassi, realizado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Navegantes e patrocínio da Engita Construções.
O livro é a primeira publicação da jornalista e conta a história do Comitê Catarinense Pró-Memória de Mortos e Desaparecidos Políticos, oficializado em 1982, o primeiro grupo do Brasil empenhado em buscar informações sobre as mortes e desaparecimentos de militantes catarinenses na época da Ditadura Militar brasileira (1964-1985).
No livro, a autora narra a luta, desde então, do Comitê para conseguir que os arquivos secretos da Ditadura Militar – que contêm as informações sobre a morte e localização dos corpos de cada militante – sejam abertos pelo Governo Federal.
“Há três décadas o Comitê Catarinense – na mesma causa dos grupos de Tortura Nunca Mais – luta incansavelmente para conseguir localizar os corpos de seus parentes e amigos que morreram no Regime Militar. Mas a luta vai além da localização, a ideologia do Comitê é a formação da memória catarinense, para que o povo lembre do seu passado e não o repita no futuro”, explicou a autora.
O livro mostra, ainda, as dificuldades dos grupos pró-memória na busca dessas informações, já que elas dependem da autorização da União, que até então, na opinião da coordenadora do Comitê Catarinense, Derlei Catarina de Luca, não fez nada de concreto para tornar públicos os documentos guardados nos arquivos secretos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), Polícia Federal, Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) e Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
